Nele, na Igreja de Santa Engrácia, estão os cenotáfios (cenotáfio=monumento fúnebre, em memória de alguém, sem lhe conter o corpo) de alguns vultos da História de Portugal (Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Pedro Álvares Cabral, Afonso de Albuquerque, Vasco da Gama, Luís de Camões) e os túmulos de Almeida Garrett, Amália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, Humberto Delgado, João de Deus, Manuel de Arriaga, Óscar Carmona, Sidónio Pais, Teófilo Braga. Portanto, destes últimos só escritores e Presidentes da República, com as exceções Amália Rodrigues e Humberto Delgado.
Já agora fica a informação que a designação “Panteão Nacional” é partilhada por dois monumentos (em Portugal): a Igreja de Santa Engrácia em Lisboa e o Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra, onde estão os túmulos de D. Afonso Henriques e D. Sancho I).
Olho para a lista, coço a cabeça e não faço comentários.
A razão deste meu “interesse” pelo Panteão foi a onda de “entusiasmo popular” que levou as pessoas a gritar na outra semana “Eusébio, para o Panteão, já!”.
Hesito nas palavras, pois não quero ofender ninguém, nem a memória de ninguém e chego à conclusão que, se cada época tem os seus “panteonáveis”, também é verdade que os que lá estão (com poucas exceções) mostram bem, como as “épocas” têm sido cada vez mais fracas…
Eusébio, seria só mais uma confirmação; mas outros “eusébios” lá irão ter, tenho a certeza.
Talvez esteja aqui a explicação porque as obras que deram origem “àquilo” e que se prolongaram por tantos e tantos anos, tenham dado origem à conhecida frase “parecem as obras de Santa Engrácia” para classificar aquelas coisas que se arrastam no tempo sem se lhes ver o fim (como certos processos judiciais, p. ex.). No fundo, iam-se fazendo mas sabendo que a morte pode esperar…
Isto digo eu que não sou dado a monumentos fúnebres.
Houve em Portugal alguns vultos importantes, que marcaram a sua época?
Devem ter havido, mas a grande maioria não está lá.
Estou capaz de dizer, para terminar, “ ainda bem”.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.