Creio que é reconhecido por toda a gente, que o professor (ou professora) da escola primária nunca é esquecido pelos alunos que passaram pelas suas mãos. E no geral todos falam bem dele (ou dela).
Quando há três ou quatro dias resolvi lançar mãos à obra para o meu 1º hercúleo trabalho, como dei notícia no post anterior, comecei por ir comprar uns acessórios que faziam falta. Com um familiar, que iria servir de ajudante e “opiniador” técnico, dirigimo-nos a uma aldeia aqui ao lado e que pertence à mesma freguesia, onde há uma loja da especialidade, sendo que a especialidade é como uma loja dos chineses ou uma farmácia: “em principio” há de tudo. Chegados, foram apresentados os devidos cumprimentos. Depois: “aqui o meu primo – que era eu – precisa dumas coisas”. Apresentei a lista. O dono do estaminé olhou e disse “muito bem, não sei se tenho tudo. Mas antes de tratarmos do assunto, uma pergunta. Como é que são primos? O senhor é filho de quem?”
(Lembrei-me então duma situação semelhante passada há uns anos, também aqui na zona, com uma padeira. Não me vendeu o pão enquanto não lhe contei tintim por tintim, quem era, donde vinha, o que fazia e para onde iria. A partir daí ficamos “amigos do peito” e cheguei mesmo a ser “consultor técnico” a quando da mudança do escudo para o euro. E tão bem aprendeu as minhas instruções, que a partir desse dia passei a comprar o pão mais caro).
Voltando à minha história atual. Depois de informar o cavalheiro de todas as ligações familiares (ele tinha conhecido e conhecia ainda toda a gente), saiu-se com esta: “então o senhor foi meu professor”.
Eu tenho um dedo torto que adivinha e já tinha admitido que aquele interrogatório ia levar a algum lado. E esse lado foi a conclusão que ele tirou: eu tinha sido professor dele. Pode-se por a questão: professor de quê? De futebol, de berlinde, de armar aos pássaros, de fazer gaiolas, etc, etc?
Nada disso. Professor na escola primária lá da terra dele. Foi aliás a 2ª pessoa que nestes últimos anos me reconheceu como tal.
Explicação: a mãe do primo, que me acompanhava, tinha sido professora primária e tinha dado aulas durante uns anos naquela aldeia. Quando eu tinha uns 13 ou 14 anos, estando eu já de férias, a minha tia adoeceu com uma gripe ou coisa parecida e pediu-me para eu “ir dar aulas lá na escola dela, para os miúdos não ficarem sem escola”. Nessa escola havia as três primeiras classes e eu lá vou, de bicicleta, apresentar-me como “o novo professor”. Tanto quanto me lembro só devo ter “dado aulas” uns 3 ou 4 dias. Mas tanto bastou para, passados estes anos todos haver quem me reconheça como tal e, estou certo, devo ter sido o professor mais porreirinho que alguma vez tiveram. Eles é que diziam o que a cada momento se iria fazer: “agora vamos fazer a cópia, agora vamos fazer contas, agora vamos fazer a leitura, agora vamos para o intervalo…”
E termino como comecei. Professor por breves horas nunca mais serei esquecido pelos “meus alunos”.
Duma outra coisa me lembro ligada a isto. Eu ia de bicicleta, como já deixei dito, e o caminho para lá era, e ainda é, sempre a subir. Do que eu gostava era, acabada a aula, vir por ali abaixo na “hora da esgalha” sem ter de pedalar…
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
E tu, caro lince, já alguma vez ensinaste alguma coisa a alguém? E aí pelo monte, preferes subir ou descer?
Adorei!
De Carapau a 27 de Julho de 2015 às 15:32
Queres que repita? :))
Já percebi que agora não há ginásio nem modalidade ginástica que te escape. :))
Continua que as Olimpiadas são já para o ano,
Bjo
Ena, tantos dias de férias.
E eu por casa. :(
De maria teresa a 25 de Julho de 2015 às 11:13
Mui jeitoso é o menino
Tudo faz com muito empenho
Sabe muito e em qualidade
Pois p´ra tal tem muito engenho
Conhecia a precocidade
De algumas das tuas ações
Mas esta com tal idade
Estava longe das minhas visões
A que me estou a referir?
Creio não estares a perguntar?
Essa de ser professor ...
Profissão que dá muito que falar!
Professor nem que por três dias
É preciso ser valente
Estar perante uma classe
É difícil p´ra muita gente
Parabéns ó Carapau
P´ra teu esse grande feito
E com esta me despeço
Por aqui bem ao meu jeito!
Chuac!!!!!!
De Carapau a 27 de Julho de 2015 às 15:47
A Siemens é que tem um jeitoso
E com ela não quero competir.
Eu não passo dum curioso,
Que faz tudo, mas sem medir,
as consequências da minha actividade
(Foi o que eu quis dizer, ali atrás).
Para ter juízo eu já tenho idade
Mas gosto de provar do que sou capaz.
Sempre fui pau para toda a obra,
Ainda que nem sempre saia coisa
Que se veja,. Como professor fui um “cobra”,
No tempo em que se escrevia na “loisa”.
Mas mais tenho aprendido que ensinado.
O que, a meu ver, nem é mau sinal.
A prova é que mando um beijo chuacado,
Coisa que eu não fazia nem bem nem mal.
:))
Tens toda a razão, durante todos os anos que estudei, praticamente não me lembro do nome de nenhum dosdas prof que passaram por mim.
Mas da minha velhinha prof da instrução primária nunca esqueci e durante muitos anos fui visitar a D. Isaura cada vez que pssava perto da escola.
Engraçado, que ela ficava tão feliz quando me via...::-))) poucas antigas alunas dela o faziam.
E tu mesmo por poucos dias, deves ter sido um prof dos diabos, que a ti tambem não te esqueceram...:-)))
Bj e continuação de boas férias (com pouco trabalho)
De Carapau a 27 de Julho de 2015 às 15:52
Também nunca me esqueci do meu, que para além de professor era amigo e vizinho. A rua ali ao lado tem o nome dele.
Não me lembro quantos alunos tinha a escola em que fui mestre. Talvez uns 25. Como até hoje só dois (8%) me "reconheceram como tal", digamos que a minha fama não chegou muito lomge. :)
Bjo.
De
GL a 11 de Agosto de 2015 às 19:06
Ah, pois, só podia! De professor tinha que passar a mister. E gostou da promoção, gostou? Já estou a imaginar daqui a 30 anos ir o ilustre 2 em 1 a passar, ou seja, e com todo o respeito, o professor travestido de mister, e uma dúzia de alminhas - sim, sei à dúzia é mais barato! - a correr atrás do dito, que por acaso é V. Senhoria, a dar-lhe os parabéns pelos sucessos que tiveram, vida fora, graças aos seus ensinamentos.:))
Olhe, um abracito , e pequenito. É da crise!...
P.S. Com que então foi à Sertã aos maranhos ? O mundo é mesmo muito pequenito.:))
De Carapau a 13 de Agosto de 2015 às 19:35
Pois é verdade! Sou o homem dos 7 ofícios! Bem contados até serão mais de 7, que sou mais do tipo "Faz Tudo" para entreter o respeitável público nos intervalos. :)
Quanto aos maranhos não sei onde a Distinta teve conhecimento desse neu intento, que afinal não concretizei, pelo menos durante a respectiva feira.
Talvez ainda lá vá até ao fim do mês. A ver vamos.
Se bem deduzi, houve uma certa Senhora que foi lá... :)
Abraço.
PS: Como repararam este blog está em férias até ao fim de Agosto e pela 1ª vez desde que foi fundado.
De
GL a 18 de Agosto de 2015 às 23:45
Os maranhos e os meus dotes adivinhatórios?
Que tal ir ao post anterior e ver a sua resposta ao comentário da amiga do Labirinto de Emoções?
E o bucho? Não gosta? Não sabe o que é bom, essa é que é essa.
Feche as barbatanas, sim?! Então agora queira receber um abracito.:)
De Carapau a 21 de Agosto de 2015 às 19:48
É bem verdade que pela boca morre o peixe!
E não esquecer que Carapau é peixe...
Abraço.
De
GL a 25 de Agosto de 2015 às 19:28
Ah, não acredito!!!!
Não tem nada a ver com os tristes maranhos , não senhor. A causa do espanto é outra!
Então o Misterzinho TAMBÉM está no Face, o tal que é de fugir, a sete - ou mais! - pés?
Só tive o grato prazer do o conhecer - até rima! - em fotografia, e que bem ficou, benza-o Deus,!
Mas como ia dizendo. Dado NÃO ter (já tive, em tempos idos, mas penso que já morreu) conta, é óbvio que não tive permissão de entrar.
Ui, que coisa! Fuja daquilo, Misterzinho .
Das poucas vezes que visitei o dito "local" garanto-lhe que não gostei mesmo nada do que vi por lá.
Olhe, desejo-lhe sorte.
Já fui embora, já fui!!!!
De Anónimo a 30 de Agosto de 2015 às 14:03
DESMENTIDO PÚBLICO
Tudo o que a autora do comentário acima diz de mim, só não é uma invenção maldosa, porque sei que era incapaz disso. :))
Mas que se trata de uma confusão cerebral da referida Senhora , isso trata.
Nunca tive nem tenho nada a ver com "a Cara do Livro" e só não digo que nunca terei porque já tenho idade para saber que nunca se deve dizer nunca. Mas não está nos meus propósitos.
Que se tratará de uma coincidência de nomes, não duvido. Há tantos nomes iguais... Só lá pela família é um ror deles.
Pronto! está feito o desmentido oficial. Quanto ao resto," tratarei da saúde" à caríssima comentadora por outra via. :)
Apesar de tudo, o meu abraço. :)
Escusado seria dizer que o desmentido acima foi assinado pelo autor do blog
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