Como já tenho escrito várias vezes, este é um blog sério e portanto só trata de assuntos sérios.
Hoje não vai ser uma exceção, pois vou tratar seriamente da falta de seriedade.
Ultimamente, em Portugal, tem sido um ver se te avias.
E bem aviados, diria eu, se estivesse senhor de toda a verdade. Não estou, nem é isso que interessa ao caso.
O exemplo que algumas figuras de relevo na “sociedade” têm dado, é de prever que dê os seus frutos e que em breve seremos o país mais corrupto, mais sem vergonha, mais imbecil e ao mesmo tempo mais incompetente do mundo (do mundo mesmo todo, incluindo o sub mundo).
Para sairmos deste estado de amadorismo a que só alguma elite tem conseguido escapar e para sairmos deste estado de pedinchice em que caímos, terá de haver uma verdadeira revolução na educação. “De pequenino é que se torce o pepino” e se não o torcermos nessa altura fica o pepino sem jeito, poderá até parecer outra coisa.
Tudo começará por uma verdadeira revolução nos programas curriculares.
É incompreensível que hoje, só a partir de certa idade, já avançada, se consigam “esvaziar” bancos ou pôr a bom recato uns patacos, que tanto trabalho deram a “amealhar”. E ainda por cima duma maneira que fica sujeita a toda a espécie de críticas. E quem critica afinal? Quem não teve oportunidade, na infância ou na juventude, de aprender essas técnicas.
Essa revolução na educação tem de começar logo nos infantários. Bebés, que aos 3 meses de idade, não consigam roubar a chupeta ao parceiro do lado, terão de ser submetidos a tratamentos especiais, para não se atrasarem na educação.
No 1º ciclo, é condição para não ficar retido o ter já assaltado meia dúzia de velhinhas, e com falinhas mansas e bons modos, ter-lhes sacado carteiras, fios de ouro, relógios e pulseiras, mesmo que algumas delas guardem esses artigos em sítios menos próprios.
No secundário deverão começar por aprender técnicas de intrusão em apartamentos, seja usando chaves falsas, seja por escalada ou “falinhas mansas” do tipo “vimos trazer o lanche à avozinha”, mesmo que a “avozinha” só tenha uns 18 anos. No último ano do secundário é preciso ter já na caderneta escolar, anotados, assaltos a caixas do multibanco, falsificação de cheques e de cartões de crédito, para além de assaltos a bancos, à mão armada, se tanto for preciso. Sem isto não entrarão no ensino superior, onde superiormente serão ensinados a voar mais alto, até ao topo.
E chegarão todos ao topo? Claro que não, só os melhores entre os melhores. Os outros terão de se prepararem para ser os futuros roubados.
Uma coisa, porém, é certa. Foram-lhes dadas todas as oportunidades. Se falharam é porque outros foram melhores.
Pensei em deixar aqui algumas sugestões de disciplinas que terão de fazer parte do programa curricular, bem assim daquelas que terão de ser varridas (isto para não ficar o lixo acumulado) dos atuais programas. No entanto acho que há gente muito mais habilitada a organizar esses programas e a integrar uma comissão com esse fim. Gente que já deu sobejas provas e que é uma honra tê-las entre nós.
Só desta maneira conseguiremos marcar posição de relevo no mundo, onde a concorrência já é tão grande.
Depois, bastará exportarmos alguns desses talentos para fazer crescer o PIR** em flecha.
Portanto só depois de todos terem os pepinos bem torcidos é que nos podemos vangloriar de ter dado novos talentos ao mundo. Tais e tantos que acabamos por enjoar.
E do enjoo ao vómito é um pequeno passo.
Já são poucos os que olham para este espetáculo e vomitam.
** PIR – Pepinos Intensamente Retorcidos
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
Diz-me lá oh Lince: já alguma vez vomitaste?