Quinta-feira, 6 de Fevereiro de 2014

Miró

A propósito do caso das telas do Miró, de que me havia de lembrar?

Pués… simplesmente dizer… ora mirem usteds estes meus “mirós”:

        

    

 

Perdão, não era isto que eu queria apresentar. (Ainda que não tenha mau aspeto, não senhor…)

Vou fazer nova tentativa:

         

Ora cá está. Chama-se “Desconstrução 1ª” e até tem direito a uma guita para o pendurar. À parte, é fornecido o prego (carne do lombo, com pão cozido em forno de lenha).

Baseado no facto de a Terra ser redonda e de o Voltaren fazer muito bem às dores nos ossos. É uma leitura desconstruida que o autor faz da construção. Uma inovação na maneira de ler a realidade.

 

Em 2º lugar na lista, vem mais esta obra:

 

      

         

 

Também já equipado com a guita, mas sem direito ao prego. Para compensar leva já um pedaço de parede para a fixar. Denominada pelo autor de “Desconstrução-2b-1” é uma obra enigmática, que tem gerado controvérsia. Há quem veja nela o princípio de uma certa ordem no caos e há quem veja nela exatamente o contrário. O autor tinha-lhe chamado inicialmente “Quando as bolas têm olhinhos”, mas tal não fazia sentido, pois elas também estão descontruídas. Ultimamente há quem lhe tenha achado umas semelhanças com a arte Etrusca, mas há quem conteste essa leitura, argumentando que os etruscos não tinham bolas (o que é estranho).

 

Temos ainda mais este

 

           

que aparece nos catálogos como o “Palhaço Desconstruido”, é uma obra aberta que espera por alguém que a feche.

Por manifesta falta de guita para ser pendurado, também espera por uma solução O preto que parece “escorrer” da cabeça do palhaço, tem sido lido (reparem neste “sido lido”) como  significando a vacuidade de tais cabeças. É uma obra considerada como menor, na vasta galeria das obras do autor. Diz quem sabe, que vai bem com carnes de caça, acompanhadas com tinto velho alentejano (velho, o vinho, não o alentejano).

 

Claro que isto não é o catálogo da Christie’s e portanto vou ficar por aqui quanto a miroses. Mas há um acervo considerável deles em “armazém”. Foi só uma amostra.

 

Aos interessados ofereço como brinde um pi-casso (ou mesmo dois, ainda estou a pensar, ou melhor, já pensei, ofereço um, a escolher entre estes dois):

Que vão ser: o 1º

 

            

 

nada mais nada menos que dois bustos de cavalheiros e uma noiva. Críticos duma linha mais moderna têm insinuado uma “ménage a trois”, mas há quem tenha outra leitura. Noivos com padrinho à espanhola… O azul vivo é a ligação entre os três e tem sido alvo de muitas leituras. Que cada qual faça a sua. O autor nunca se pronunciou sobre o assunto.

 

Há ainda este, que será o 2º, conhecido como “Chapéu de palha” – título pelo qual é mais conhecido, sendo que o título original

 

             

 

do pi-casso era…era…era outra coisa, de que já não me consigo lembrar.

 

Esta exposição, com vista à venda das obras, tem duas vantagens sobre aquela de que agora se fala.

1ª vantagem: Não há problemas quanto a eventuais providências cautelares.

2ª vantagem: a retirada do leilão não vai custar nada aos Exmos. Contribuintes, pois a leiloeira não irá pedir nenhuma indemnização, que nestes casos pode ser superior ao valor das obras. Só vantagens, como se vê.

 

Está aberto o leilão, façam as vossas ofertas.

(Ouve-se, nesta altura, a martelada na mesa).

                                            

Nota: mesa e martelo não estão a leilão.

 

Explicações finais e absolutamente necessárias:

1 - A “desconstrução” é um processo criativo inventado pelo autor, que também lhe tem chamado “processo descriativo”. Aplica-o tanto às suas próprias “construções” (leia-se “obras”) como a alheias, que lhe caiam (do verbo caiar?) no campo de ação e que, uma vez desconstruidas, passam a ser de sua autoria.

Este processo funciona como um camartelo, mas um camartelo especial, que vai criando ao mesmo tempo que destrói.

Numa palavra final: é o que está a dar.

2 – O autor tem atestados, passados por quem de direito, de que se encontra em perfeitas condições mentais.

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 10:58
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De Labirinto de Emoções a 7 de Fevereiro de 2014 às 20:46
Ora bem, depois de me rir e me engasgar (quem me manda rir com a boca cheia, rsrsr) começo por baixo!
Atesto todos os teus certificados, claro que atesto (se for alentejano velho ainda melhor...) e assino por baixo!
Quando ao dito...não gosto dele, alias vi uma reportagem onde o PR olhava para um quadro com o nariz todo torcido (devia estar a pensar que boa m***) mas depois diz com ar de pomba e circunstancia que gostava muito do Miró...
Eu não percebo nada de pintura, embora as vezes me atreva a pegar no pincel... mas como nunca me armo em intelectualoide de pacotilha, digo Não Gosto e pronto!!!
Acho as tuas desconstruções ótimas, eu tambem tenho dias que gosto muito de montar e desmontar mas isso são outros quinhentos.
Como abriste o leilão eu quero o palhaço, tenho uma apetência especial por palhaçadas e como tu dizes que é uma obra menor...e eu tenho pendência para os pobres e oprimidos, fico com ele, arranjo um prego do lombo e uma guita de cetim e vem para o pé da Je..:-P
E como são horas de jantar, fico de imediato com o primeiro da lista...(deu-me cá uma fome) podes vir cá trazê-lo quentinho, enquanto vou por a mesa, o tintol dou eu, e se chegares rapidinho ainda tens direito a sobremesa..rsrsr
E terminadas as compras, leva lá um beijo daqueles..:-))))


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