Quinta-feira, 15 de Agosto de 2013

A minha batalha

Fez ontem 629 anos que se travou a batalha de Aljubarrota. Sem ter ligação nenhuma com a efeméride, quis o acaso que ontem mesmo eu tenha passado pelo campo onde ela se desenrolou (certamente estava enrolada até aí) e um pouco mais tarde pela aldeia de Aljubarrota, a terra que deu nome à batalha e donde era natural a padeira Brites, a tal que aviou sete castelhanos segundo a história/lenda. No largo da povoação lá está uma escultura com o forno, a padeira e a respetiva pá.

Uns quilómetros mais à frente, numa povoação por onde Jesus Cristo certamente nunca passou, lá estava o alvo da minha investida por essas terras. Há cerca de um ano tinha acertado uma batalha contra um rabo de boi. Não se tratava duma pega de cernelha, ainda que os três da vida airada que compunham o grupo chegassem e sobrassem para tal. A arena onde se ia travar a batalha era uma antiga adega/curral/arrecadação/ou outra coisa qualquer desde que com mau aspeto. À chegada fomos informados que o rabo não ia chegar para todos os pretendentes. Concluí que por aquelas bandas há muita gente doida por rabos (de boi, mas que até podem ser de vaca) e que não perde ocasião para se atirar a eles.

No entanto disseram-nos que se tivéssemos paciência para esperar, ainda se havia de “dar um jeito” e arranjar “qualquer coisinha”.

“Dar um jeito” e “qualquer coisinha” são duas expressões muito correntes neste país à beira mar plantado. Estando nós em terras do diabo (que também tem rabo e até termina numa seta...) com fome e como tínhamos ido de propósito para apreciar o rabo ao boi, resolvemos esperar. Entretanto apreciei o local onde se ia desenrolar a batalha. E de tal maneira é indescritível para os meus parcos recursos literários que não sou capaz de dar uma pequena ideia. Limitar-me-ei a dizer que era um amontoado de velharias sem nexo, mas tudo envolvido por muito pó, talvez ele o mais velho das velharias. A higiene de tudo era a condizer, de tal maneira que a ASAE nem tem coragem de passar por perto de tal maneira as “inconformidades” preencheriam certamente toda a papelada disponível nos serviços.

Ao fim de uma hora de espera lá nos atirámos ao rabo, já não na sua versão “oficial” mas com tudo (e era pouco) o que conseguiram apanhar pelas gavetas da “cozinha” para meter na panela.

Como a fome era muita, esquecemos o pó, as velharias, os restos, todo o ambiente e lá nos atiramos ao que ainda restava do rabo.

Agora estou a pensar em escrever ao “Guia Michelin” para ver se visitam o local e se lhe arranjam pelo menos uma estrela, ou pelo menos uns restos de cometa que não se tenham desintegrado e que ficariam bem na decoração do curral, isto é da sala.

Estivesse este tasco aberto há 629 anos e nem a batalha de Aljubarrota tinha tido lugar…

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 16:27
link | favorito
De Maria Araújo a 20 de Agosto de 2013 às 20:38
Quem se mete com rabos, fica enrabado (olha, saiu-me esta).
Hoje, num tasco junto à praia, comi um arroz de marisco que foi de chorar por mais (neste caso ainda ficou porque 2 mulheres que comem pouco comerem 1 dose que dava para 4 pessoas...olha, dava para os senhores da ASAE. DE certeza que queciam as condições de higiene, pois a simpatia e a comida valeu por tudo o resto)
Beijinho


De Maria Araújo a 20 de Agosto de 2013 às 20:42
*esqueciam


xi -


Comentar:
De
  (moderado)
Nome

Url

Email

Guardar Dados?

Este Blog tem comentários moderados

(moderado)
Ainda não tem um Blog no SAPO? Crie já um. É grátis.

Comentário

Máximo de 4300 caracteres



Copiar caracteres

 



.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Dezembro 2019

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
28

29
30
31


.posts recentes

. E vai (mais) um...

. Pó e teias de aranha

. Aleluia!

. Dignidade

. Balanço

. Outros Natais...

. A dúvida

. Promessas...

. Pulítica

. O não post...

.arquivos

. Dezembro 2019

. Novembro 2018

. Dezembro 2016

. Janeiro 2016

. Dezembro 2015

. Outubro 2015

. Setembro 2015

. Julho 2015

. Junho 2015

. Maio 2015

. Abril 2015

. Março 2015

. Fevereiro 2015

. Janeiro 2015

. Dezembro 2014

. Novembro 2014

. Outubro 2014

. Setembro 2014

. Agosto 2014

. Julho 2014

. Junho 2014

. Maio 2014

. Abril 2014

. Março 2014

. Fevereiro 2014

. Janeiro 2014

. Dezembro 2013

. Novembro 2013

. Outubro 2013

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Julho 2013

. Junho 2013

. Maio 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Setembro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Maio 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Julho 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Janeiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Outubro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Junho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Abril 2008

. Março 2008

blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub