- Que se passa?
- Comigo? Não se passa nada.
- Parecia.
- Parecia o quê?
- Que estavas a coçar a cabeça.
- E não posso?
- Podes tudo. Só que isso quer dizer…
- Quer dizer o quê? Agora também lês os “coçares”?
- Tudo tem uma leitura, meu caro.
- Muito me contas. E que lês no tu meu coçar de cabeça?
- Que estás à rasca.
- À rasca eu? Deixa-me rir…
- Ri à vontade, talvez te faça bem.
- Tens uma lata…
- Tenho lata ou tenho comichão?
- Tens comichão provocada pela lata enferrujada.
- Afinal onde queres tu chegar com essa conversa?
- Não acredito que ainda não me tenhas entendido.
- Eu nunca te entendo.
- Ah, ah, ah…
- Queres dizer ou não?
- Não te zangas comigo?
- Nunca me zango.
- Não me faças rir.
- Que conversa de chacha. Queres dizer ou não queres?
- Queres saber mesmo? Achas que já é altura?
- Desembucha!
- Aguenta então.
- Sou todo ouvidos.
- Os teus últimos posts foram arrancados à pressão. Aproveitaste o último para umas chupadelas e agora estás aflito para fazer o desta semana…
- Eu, aflito? Não me conheces. Não me aflijo por tão pouco. É certo que estou de férias, com os reatores desligados, mas em qualquer altura os ligo e faço sempre sair qualquer coisa.
- Disso não tenho dúvidas, mas que tens coçado a cabeça e não te sai nada, isso também é verdade.
- Quando se tem um amigo como tu, não há problemas que não se resolvam.
- Como assim?
- Como assim, como assado, como mesmo cru se for preciso.
- Onde queres chegar?
- Onde já cheguei. Ao fim deste post com a tua valiosa colaboração.
- Sacana!
- Ah, ah, ah…
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.