Perdi hoje uma oportunidade de ter uma história para publicar. Há dias assim, em que não sabemos aproveitar o que nos vem ter à mão sem esforço e tirar o melhor partido disso.
Seguia eu em passo apressado a fazer a minha caminhada matinal, quando um carro parou junto ao passeio em que eu seguia e o condutor me fez um sinal com a mão para me aproximar. Pensei que seria para me pedir qualquer informação e aproximei-me. Ainda não tinha chegado junto ao carro e o fulano disparou:
- Tás bom pá? Não me conheces? Sou o Flávio pá!
Isto tudo ao ritmo duma metralhadora.
Claro que não reconheci de imediato o mânfio, mas reconheci logo a conversa. E sorri para ele.
- Que se passa? – Perguntei.
- Não me estás a reconhecer? Sou o Flávio, pá. Não és o Rui?
Foi nesse momento que não soube aproveitar a ocasião, como já uma vez a aproveitei no Porto. A história já a contei aqui, o ano passado.
Trata-se dum “velho conhecido”, pois é a 3ª vez que no prazo de um ano me aborda sempre da mesma maneira. Pelos vistos vai mudando de nome, de carro e de companhia. Da 1ª vez estava acompanhado por uma mulher aparentemente vistosa (só a vi dentro do carro), da 2ª vez - a tal no Porto que relatei – por “um pedaço de carne da perna”, como na altura me referi a ela, e agora sozinho. Bem lhe podia ter perguntado pela “secretária”, se tinha ficado em casa a coser as meias ou se a deixara a em qualquer sitio, a “render”, mas eu não estava nos meus dias e perdi a oportunidade.
Da primeira vez que me abordou não cheguei a saber o que me queria impingir, da 2ª vez eram uns casacos de pele “made in Marrocos, coisa fina” e agora voltei a não saber.
E assim escrevo aqui este relato duma história falhada, quando podia estar a contar mais uma aventura minha com “ o meu amigo Flávio”.
Haverá quarta oportunidade?
Termino como no post a que fiz referência.
Devo ter cara de Zé Artolas.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.