Mais duas pequenas histórias do médico apresentado no post anterior.
A 1ª, foi contada por um colega dele, que também esteve presente no seminário de radiologistas em que se passou o caso.
Resolveram os organizadores do seminário (isto passa-se numa altura em que a organização destes eventos não tinha nada a ver com o que é hoje), que cada congressista se apresentasse: nome, local onde exercia a sua profissão e mais qualquer coisa que ajudasse a saber quem era, como experiência profissional, algum caso especial que tivesse resolvido ou algum trabalho científico em que tivesse colaborado.
Quando chegou a vez do Dr. Lopes, que tinha sido avô uns dias antes, ele lá disse o nome e a cidade onde exercia a profissão e terminou de imediato com estas palavras: “…e avô da neta mais linda que há no mundo”.
Foi uma gargalhada geral.
A outra história, passou-se com um doente. A mulher deste doente telefonou aflita ao Dr. Lopes a pedir-lhe para se deslocar urgentemente a sua casa, porque o marido estava muito mal e a dizer que ia morrer. O médico tentou informar-se da situação, indagou do que se passava, perguntou se não podiam traze-lo ao consultório, mas do outro lado a mulher só dizia que não, que o marido estava de cócoras junto à cama, não queria sair daquela posição e só dizia para chamarem o médico, porque ia morrer.
Perante tal situação o médico, largou o consultório e dirigiu-se à casa donde lhe pediam ajuda.
Lá chegado confirmou tudo o que lhe tinham dito. Falou com o doente, disse-lhe para se sentar ou deitar na cama e o homem negou-se a fazer isso, não parando de dizer “ai senhor Dr. não me obrigue a deitar senão eu morro”. O médico, depois de várias tentativas para o convencer, dizendo que ele estava ali para o salvar e não para o deixar morrer, lá conseguiu que o doente se deitasse, mas sem parar de dizer “ai que vou morrer”.
O médico nem teve tempo para o auscultar: o homem segundos depois de estar na cama morreu. O Dr. Lopes foi apanhado de surpresa e ficou sem saber o que dizer à, nessa altura já, viúva.
Mas lá encontrou uma saída e comunicou-lhe a morte do marido, mas acrescentando de seguida:
“Minha senhora, tenho de lhe dar os parabéns pelo marido que tinha. Era um homem de palavra como hoje já não há. Disse que morria e morreu mesmo”.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.