Quinta-feira, 26 de Abril de 2012

Dr. Lopes (II)

Mais duas pequenas histórias do médico apresentado no post anterior.

 

A 1ª, foi contada por um colega dele, que também esteve presente no seminário de radiologistas em que se passou o caso.

Resolveram os organizadores do seminário (isto passa-se numa altura em que a organização destes eventos não tinha nada a ver com o que é hoje),  que cada congressista se apresentasse: nome, local onde exercia a sua profissão e mais qualquer coisa que ajudasse a saber quem era, como experiência profissional, algum caso especial que tivesse resolvido ou algum trabalho científico em que tivesse colaborado.

Quando chegou a vez do Dr. Lopes, que tinha sido avô uns dias antes, ele lá disse o nome e a cidade onde exercia a profissão e terminou de imediato com estas palavras: “…e avô da neta mais linda que há no mundo”.

Foi uma gargalhada geral.

 

A outra história, passou-se com um doente. A mulher deste doente telefonou aflita ao Dr. Lopes a pedir-lhe para se deslocar urgentemente a sua casa, porque o marido estava muito mal e a dizer que ia morrer. O médico tentou informar-se da situação, indagou do que se passava, perguntou se não podiam traze-lo ao consultório, mas do outro lado a mulher só dizia que não, que o marido estava de cócoras junto à cama, não queria sair daquela posição e só dizia para chamarem o médico, porque ia morrer.

Perante tal situação o médico, largou o consultório e dirigiu-se à casa donde lhe pediam ajuda.

Lá chegado confirmou tudo o que lhe tinham dito. Falou com o doente, disse-lhe para se sentar ou deitar na cama e o homem negou-se a fazer isso, não parando de dizer “ai senhor Dr. não me obrigue a deitar senão eu morro”. O médico, depois de várias tentativas para o convencer, dizendo que ele estava ali para o salvar e não para o deixar morrer, lá conseguiu que o doente se deitasse, mas sem parar de dizer “ai que vou morrer”.

O médico nem teve tempo para o auscultar: o homem segundos depois de estar na cama morreu. O Dr. Lopes foi apanhado de surpresa e ficou sem saber o que dizer à, nessa altura já, viúva.

Mas lá encontrou uma saída e comunicou-lhe a morte do marido, mas acrescentando de seguida:

“Minha senhora, tenho de lhe dar os parabéns pelo marido que tinha. Era um homem de palavra como hoje já não há. Disse que morria e morreu mesmo”.

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 18:28
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De Teresa Santos a 27 de Abril de 2012 às 19:01
Carapauzito,

O "teu" Dr. Lopes era uma delícia!
Desde super vaidoso assumido, a especialista em humor negro, não lhe faltava nada para ser um personagem completíssimo É caso para dizer: "ah, grande Dr. Lopes..."

Abraço grande, bom fim-de-semana.


De Carapau a 28 de Abril de 2012 às 15:11
O Dr. Lopes não é "meu", mesmo assim com as tuas e minhas aspas. Era um médico de toda uma região, que ainda hoje o lembra através de milhentas histórias que se contam. Deixei aqui duas ou três só para dar o tom.
Abraço grande e tb um bom fim de semana.


De Teresa Santos a 28 de Abril de 2012 às 17:34
Eram esses "Dr.s Lopes", ou "Zés Semana" que faziam a diferença.

Agora?!

Queres concluir?

Abraço grande.



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