Quinta-feira, 20 de Outubro de 2011

Livros e histórias (V)

 

                                    

                                    A Biblia

 

Diz quem sabe que a Bíblia é o livro mais comprado em todo o mundo. Estima-se em mais de 6 biliões esse número de exemplares. Este número vale o que vale, mas não há dúvidas que são muitas toneladas de papel.

Esta introdução, para confessar humildemente que nunca li a Bíblia e não o declaro com qualquer espécie de orgulho, antes pelo contrário, acho que é uma falha. No entanto, leve-se isso em desconto do meu “pecado” é, com certeza, o livro que mais vezes comecei a ler, sem todavia ter passado das duas ou três primeiras páginas. Depois, ou adormecia ou saltava lá para a frente e lia mais umas linhas. Aquelas passagens em que A gerou B, que gerou C, que gerou D e por aí fora levavam-me a concluir que por ali era um ver se te avias…

Ponto final nesta primeira parte.

Há uns anos atrás, por motivos profissionais, fui obrigado a atravessar, de carro e por muitas vezes, a Andaluzia. Essas deslocações implicavam sempre umas duas dormidas em hotéis (quase sempre os mesmos, já que o meu trajeto e horário eram quase sempre iguais). Nos quartos desses  hotéis nunca faltavam bíblias, pelo que, antes de adormecer lhe dava uma vista de olhos, isto é, lia as tais duas primeiras páginas.

Uma noite, ao abrir a bíblia li, no cimo da 1ª página, manuscrita a vermelho e em português, a seguinte “informação”: “A gaja da receção dá umas baldas”. Já nessa altura esta anedota era tão velha que até tinha as barbas todas brancas. Logo dali tirei três conclusões, a saber: a) - o “artista” que tinha escrito aquilo conhecia a anedota; b) - devia ser jogador de cartas, pelo menos sueca, para usar a palavra “baldas”; c) – era um grande aldrabão e gozador porque naquele hotel, na receção, estavam sempre e só homens.

Estive tentado a acrescentar umas larachas ao escrito (aquela bíblia já estava condenada ao fogo dos infernos, portanto eu não ia alterar em nada o seu destino), mas acabei por não fazer nada, fundamentalmente por dois motivos. Um, porque aprendi em pequenino que não se escreve nos livros e nas paredes e o outro porque qualquer informação que eu escrevesse, do tipo “o gajo de bigode da receção faz o pino”, não seria novidade para ninguém a atentar no entusiasmo com que as turistas ingleses “de meia idade” se lhe dirigiam e “faziam olhinhos”. Conclui que na maior parte dos outros quartos, as bíblias já deveriam disponibilizar essa informação.

Portanto, pousei o livro na mesa de cabeceira e dispus-me a dormir, certamente idealizando o tipo de “gaja” que gostaria de ver na receção na minha próxima viagem; mas a verdade é que me aparecia sempre “uma” de bigode.

E nem o livro sagrado me valeu.

 

 Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 18:39
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De Maria Araújo a 24 de Outubro de 2011 às 16:38
ahahahahah! Carapau,
meu grande gabirú
se com texto do teu post
rir me fizeste,
o comentário à menina Teresa
com grande humor
os meus olhos se animaram,
com a Eva, a Sara
e outras tantas
com quem filhos querias tu
para a segurança social
à falência levares

Mas nem Eva, nem Sara
tiveram o prazer de te conhecer
pois se te vissem
orgulhosas iriam ficar
de tão belas palavras escutarem

quanto à Bíblia
esse grande livro
tenho-a eu na minha prateleira
mas, tal como tu
a coragem de a ler
ficou-se pelos Evangelhos
o livro de mesa de cabeceira
foi a companhia da noite
antes de dormir e sonhar
com os amores.

(belo post. Não fui à vossa altura, Carapau e Teresa, mas neste intervalo das aulas, foi o que saii, hora do lanche)
Beijinho.


De Carapau a 25 de Outubro de 2011 às 17:37
Agora sou gabirú,
(isto é de estarrecer!)
Quem o disse foste tu
No teu rimado parecer.

Bjo.


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