Esta “obra” é do autor do blog, mas copiada “a olho” do original “Josephine Baker”, de autor não identificado.
Pois é verdade! Fui apanhado de surpresa quando li que a CE tinha multado um cartel no setor das bananas a ser praticado pela Pacific Fruit e pela Chiquita.
Quem havia de dizer? A terna, doce e pacífica Pacific a fazer uma coisa destas e logo com a Chiquita. O mundo está virado do avesso!
É certo que eu não tenho intimidade com a Pacific, mas com a Chiquita sou praticamente de beijo cá beijo lá, dou-lhe mesmo umas dentadinhas quando a apanho a jeito. E afinal, anda-me ela agarrada à outra, a fazer sei lá o quê, sim que aquilo de fazer cartel não deve ser coisa boa…
E lembrar-me eu que quando ela ainda usava tranças e lacinhos, nós cantávamos:
“Chiquita bacana
Lá da Martinica,
Se veste com uma casca
De banan’anica!”
E olhem que a multa não foi lá aquela coisa! 8.919.000 de “érius” que a Pacific vai ter de pagar. Sim, porque a Chiquita foi uma finória e por isso não vai pagar nada. Foi dizer à CE que de facto tinha feito “aquilo” com a Pacific, contou tudinho a desavergonhada, e então beneficiou de “imunidade” e não vai ser multada. Esta Chiquita nunca me enganou, mesmo quando me enganou…
(A verdade da história, contou-ma ela num momento de maior intimidade, quando eu estava para a comer, é esta: ela e a Pacific sabiam que estavam a ser investigadas e que nada lhes podia valer porque as provas estavam “ali”.
Então a Chiquita, espertalhona como um alho, disse assim à Pacific: “olha querida, eu vou contar-lhes tudo, assim safo-me da multa, só tu és multada e depois pagamos a multa a meias, que tal achas?” “Acho que és uma finória do caraças, é isso mesmo que vamos fazer e ficamos amigas como sempre e eles ficam com um grande melão”.)
Mesmo assim eu ainda lhe disse: “ganda multa Chiquita”. E ela sorriu e respondeu: “olha querido (ela trata toda a gente de “querido”) tudo é relativo. Eu e a Pacific vendemos uns 525 milhões de “érius” por ano só em Portugal, Grécia e Itália. De maneira que estas coisas são assim mesmo, que lhes havemos de fazer?”
“Olha que três fregueses que as queridas logo arranjaram…” disse eu a sorrir, mas ela não percebeu, já estava “noutra”.
Também lhe perguntei se as bananas da Madeira estavam metidas na marosca, mas ela disse logo “com essas não queremos nada, aquilo foi chão que já deu uvas, dediquem-se aos ananases”.
Às tantas, e em vista de tanto cinismo, apeteceu-me mandar-lhe um pero aos queixos, mas lembrei-me que numa Chiquita não se bate nem com uma flor e limitei-me a insinuar:
“Quer dizer que, de agora em diante e sempre que te comer, vais ficar-me mais barata?”
“Nem sonhes. E depois quem é que paga a multa?”
“Assim sendo, só te vou comer uma vez por outra, às rodelas, na salada de frutas”.
“Faz o que quiseres, querido”. E foi à vida.
Eu fiquei a pensar que a minha ideia nem era má de todo. Com a fruta que aqui fui deixando pelo caminho (a saber: melão, uvas, pero, ananás e com o cacho de bananas da Josephine Baker) boa salada de frutas se faz. E para quem gostar pode-se juntar um dente de alho…
Comam bananas e sejam felizes!
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.