(Isto é um galo de Barcelos e nem sei como veio aqui parar)
Na selva dos opfinkers * além de árvores há, como é mais que evidente, opfinkers.
Os opfinkers são umas criaturas ainda não completamente estudadas e que têm despertado alguma curiosidade ao longo dos tempos aos humanos, que em geral se surpreendem com eles e com as sua maneira de viver.
Os opfinkers vivem nas árvores, mas não voam. Deslocam-se rastejando mas mesmo assim, alguns deles, são bons trepadores. Não têm cabeça e quando se olha para eles só se vêem os olhos, não se sabendo muito bem como os olhos se conseguem manter sempre na mesma posição em relação ao corpo. Também as barrigas proeminentes são uma boa caracterização para os opfinkers. Ao longo dos anos muito boa gente tem tecido teorias sobre o aspecto destas criaturas. Há actualmente duas correntes. Uma defende que a cabeça dos opfinkers é transparente e vazia, não contendo merda nenhuma, e a outra defende que não têm mesmo cabeça e que os olhos se mantém no sitio graças a um equilíbrio de forças atractivas e repulsivas, de origem magnética, mas cujo campo não é detectável pela aparelhagem actual.
Os opfinkers, em geral, não se sabem governar, nem nunca souberam. Além disso nunca andam informados e qualquer um mais vivaço engana os outros, bastando para isso prometer-lhes uma banana ou coisa parecida. São broncos e, quando em grupos, entusiasmam-se facilmente, manifestando esse entusiasmo em gritarias e no arremesso de pedras com o que se divertem imenso. Não há neles o mínimo sentido da realidade e só se sabem orientar pelo sol. À noite, sem essa bússola, chocam de encontro às árvores, pelo que a maioria fica no ninho a fabricar mais opfinkers, ainda que a produção seja pequena, artesanal e de baixa qualidade. Acasalam em qualquer época do ano, com bastante facilidade, mas quase sempre à pressa e logo a seguir viram-se para o lado e emitem uns sons muito característicos a que chamam “ressono”.
Actualmente a ONU está a pensar em conservá-los numa reserva para onde lhes lancem uma ração diária para os manter vivos, para preservação da espécie e para mostrar às crianças, que em excursões os visitem, como exemplo de como ficarão senão comerem a sopinha toda. Também servem de exemplo para os povos que estejam em risco de perder a cabeça.
Os opfinkers escolhem sempre, para os governar, o opfinker que tiver olhos maiores pois isso mostra a maior capacidade para enganar os outros Está mesmo provado que quanto maiores forem os olhos menores são outras partes do corpo e eles acham isso “o máximo”.
Os organismos internacionais de auxílio aos povos subdesenvolvidos não querem nada com os opfinkers porque têm medo de também serem contagiados pela sua falta de cabeça.
“ O melhor é abandoná-los à sua sorte pois assim talvez acabem por se comerem uns aos outros e isso é bom para toda a humanidade” – é uma teoria que já tem bastantes adeptos.
No entanto, indiferentes a tudo isto, eles continuam a cantar e a dançar…
* Não há tradução oficial para opfinkers. Pode ter várias designações, mas achei melhor manter a palavra original, não fosse provocar malentendidos.