Pois é verdade!
Com a crise e numa tentativa para a combater, o Carapau abriu hoje um tasco onde se podem comer umas tapas de “pulitica” como escreve o responsável pela ementa, nada mais nada menos (isto de nadar é cá com os peixes) do que um Chicharro já entradote, que é um ás nestas coisas da restauração da mesma maneira que é um zero a escrever ementas.
Por falar em restauração vem-me à lembrança aquela de 1640, que não tendo nada a ver com o caso, acaba por ter tudo a ver.
Espero que já comecem a entender o que é isto da linguagem política, em que se diz uma coisa numa frase e se desdiz logo na frase seguinte. Só os políticos de baixa extração (extraídos p. ex. aos domingos, fora da vigilância da fiscalização) desdizem num dia o que disseram no anterior. Hoje, com o emprego das novas tecnologias, é possível fazer isso tudo dum momento para o outro.
Se com a restauração de 40 (1640, entenda-se) não ganhamos grande coisa, pois os tascos que havia na altura eram de fraca qualidade e só serviam para beber uns copos duma zurrapa feita a martelo, já com a restauração actual “evoluímos” muito, como provam as hamburguerias e as pizzarias que abundam por aí (e por aqui e por acolá) para não falar em chinesices e outras que tais, já que o leque da oferta é largo e variado.
Portanto de restaurações estamos falados.
Falemos então do tema prometido na ementa: da política e dos políticos que serão (?) os agentes da mesma. Da honestidade… (nesta altura sofro uma cotovelada do amigo Chicharro, que me sussurra que não convém empregar certas palavras quando se fala da “nobre arte da política” e dos seus agentes) pelo que terei de refazer o começo desta frase. Assim:
Falar de Ali Babá e dos 40 (e cá está novamente este nº 40 a provar que nada acontece por acaso) já me é permitido pelo Chicharro com o seu piscar de olhos que, sendo mestre de cozinha experimentado, é também um bom piscador de olhos, constando que em outros tempos catrapiscou (que é piscar de catra, utensílio muito usado nesta arte) variadas peixinhas que navegavam na sua área de influência.
E deste modo entramos de cabeça na política propriamente dita, pois da impropriamente dita já nós entramos desde o princípio, considerando que, no dizer do filósofo, “tudo é política”.
O Carapau está a envidar todos os esforços (muito gosta ele de “envidar esforços” mesmo quando não é preciso fazer nenhum, pois a arte é esperar que outros os façam por nós) no sentido de organizar uma “manifestação abrangente”, que manifeste (como convém) o seu apoio aos políticos que precisam de apoio para se apoiarem nela e em seguida fazerem o que se chamam as armas de S. Francisco, armas que em geral os ignorantes não sabem usar, ou usam sem o saber.
Só um político menos experiente não aproveitaria esta alusão às armas, para agora não dizer duas palavras (não mais do que duas palavras) sobre o problema líbio, já que sobre os problemas da libido há por aí quem fale pelos cotovelos, como se os cotovelos tivessem alguma coisa a ver com o assunto deste post, que como toda a gente entendeu foi sobre política.