Epitáfios em lajes tumulares
Não, não é um trabalho de tanatologia, nem sofro de tanatofilia nem de tanatofobia. Tão pouco sou tanatomaníaco.
Aconteceu somente que o Carapau conseguiu o que parecia impossível: a colaboração de pessoas já mortas para me ajudarem a fazer este post. Desde singelos anónimos a altas figuras do pensamento e das artes, foram vários os que quiseram contribuir com algumas palavras. Muitos mais queriam ajudar, mas tive de recusar, educadamente. Todos entenderam.
Agradecerei mais tarde, quando tiver todo o tempo para o fazer.
1 – Perdoe-me se não me levanto, senhora. (Groucho Marx)
2 – Estás aqui muito bem,
Tens descanso e eu também.
3 – Aqui jaz Molière, rei dos actores. Neste momento faz de morto e em boa verdade fá-lo muito bem.
4 – Se queres os maiores elogios, morre.
5 – Bom amigo: por Cristo abstém-te de cavar o pó aqui encerrado. Bendito o homem que respeite estas pedras e maldito o que remova os meus ossos. (Shakespeare)
6 - Que os amigos aplaudam. A comédia acabou. (Beethoven)
7 – Aqui descansa P.J. Bom esposo, bom pai, mas mau electricista caseiro.
8 – Eu bem dizia que esse médico não valia grande coisa.
9 – “Isto é tudo”, amigos.
10 – Quando passares pela campa onde minhas cinzas repousam, humedece o seu pó com uma lágrima. (Lord Byron)
11 – “…e quando me for, ficarão os pássaros cantando”. (J. J. Jimenez)
12 – Por favor, não me incomodem.
13 – Perdoem-me pelo meu pó. (Dorotyh Parker)
14 – RIP RIP hurra! (Groucho Marx à sua sogra)
15 – Já estás no paraíso e eu também.
16 – Aqui descansa minha esposa. Aqui ela repousa. Aleluia, aleluia!
17- Morto por vontade de Deus e com a ajuda dum médico imbecil.
18- Agora estás com o Senhor. Senhor! Tem cuidado com a carteira.
19 – Que leves tanta paz como descanso deixas.
20 – Senhor! Recebe-a com tanta alegria como aquela com que ta mando.
21 – Não sei que faço aqui.
22 – A partir daqui não me ocorre nenhuma fuga. (Johann Sebastian Bach)
23 – Precisei de toda uma vida para chegar aqui.
24 – Uma tumba é suficiente para quem o universo não bastava. (Alexandre Magno)
25 – Eu que pisei tanta gente em vida, quero ser pisado depois de morto. (Numa campa à entrada dum cemitério transmontano).