São as “notícias do dia” nos últimos tempos: Portugal está a arder!
Há quem se admire com o tamanho das chamas e com o tamanho da área ardida o que só prova a falta de informação de muita gente. Há anos que há quem diga que Portugal “arderá” todo e que só soluções drásticas poderão reduzir o impacto do desastre. Mas a verdade é que estes “bombeiros” ou não têm agulhetas, ou água, ou simplesmente não são tidos em consideração. E o fogo alastra, alastra…
Há os que gritam que é fogo posto e há que prender e julgar os responsáveis (o que seria impossível tantos são os culpados, para não dizer que somos todos nós), há os que dizem que o Bento (São Bento para os mais rigorosos) vem complicar tudo, pois muda constantemente de rumo e que os “reacendimentos” são constantes. Outros replicam que tudo tem sido feito por São Bento para debilitar o “incêndio”, mas a verdade é que ele vai alastrando cada vez mais. Que não vai haver ninguém que lhe não vá sofrer as consequências e que já não haverá “água” que chegue para o extinguir.
Também parece que não há meios suficientes para “apagar o fogo”. Dizem que há “bombeiros” deslocados e que não conhecem o terreno que pisam, outros que são incompetentes e outros que são mal orientados.
Andam todos a pedir chuva, mas quando ela vier ainda vai ser pior, dizem uns tantos, enquanto outros lhes chamam catastrofistas.
Os meios são insuficientes para uns e suficientes para outros, mas a verdade é que se caminha a passos largos para o fim.
Que devia haver uma grande “limpeza” para obviar ao máximo com a propagação, o que é verdade, mas não se vê ninguém interessado nessa “limpeza”. E mesmo se ela fosse possível, não se vê quem, limpo, fosse capaz de empunhar a “agulheta”.
Portugal continua e continuará a arder, já ninguém quer, sabe ou pode combater o “fogo”. Há só umas pequenas medidas para evitar que arda uma ou outra “casa”.
E há muitas dúvidas que, mesmo com auxílio externo, a tarefa seja levada a bom termo.
Se arder tudo como ficaremos? “Queimados” (com um f), com toda a certeza.
O Ministro dos Fogos, sim há um Ministro dos Fogos como há tempos houve uma Ministra da Gripe, disse há poucas horas que em 2003 tinham ardido mais uns tantos hectares do que este ano, como se tivesse algum interesse isso (caso seja verdade, o que seria uma excepção).
Daqui a dias teremos umas inundações (de incompetências, se ainda for possível haver mais) e lá teremos o Ministro das Inundações a dizer que, de qualquer modo, foram menores do que no dilúvio universal, sendo certo que nessa altura ele ainda não era ministro. Nem ele nem aquele senhor fardado de “Protector Civil”, que é um senhor que tem uma farda que mais ninguém tem e que tem cara de pessoa tão inteligente que eu ainda nem percebi por que razão ainda há inundações e fogos, o que me leva a duvidar da tal inteligência, pois se ele tivesse um QI elevado o mais certo era fazer coincidir as inundações com os incêndios e assim matava dois coelhos só com uma cacetada, ainda que depois ficasse desempregado e não pudesse usar aquela farda tão linda!
Hoje o dia está farrusco e vai ser uma chatice se acabar assim a época dos incêndios, as televisões já andam aflitas a saber como hão-de preencher os noticiários. Mas vi agora mesmo uma outra notícia, relacionada. Um ilustre político disse que um Ministro era incendiário, ora toma, afinal já apanharam pelo menos um e até é colega daquele que apaga os fogos. Mas parece que ainda o não prenderam porque não foi apanhado em flagrante “delitro”, ele só bebe por pequenas canecas.
A verdade é que já arderam mato, pinheiros e “eu cá liptos” e ainda uma vaca à D. Ermelinda e uma cabra à D. Faustina e logo aquela cabra que estava destinada à chanfana na altura da festa lá da terra, que é daqui a uma semana, segundo disse o Ministro das Festas.
Isto das festas nas aldeias também costuma ser bom para os fogos, não tanto por causa dos foguetes, que esses agora só incendeiam os entusiasmos, mas por causa de alguns padres que insistem em deitar as beatas no tapete, ainda que agora parece que já há variantes com os meninos da catequese, que também incendeiam muito certos entusiasmos abaciais…
Resumindo: Portugal continuará a “arder” mas ninguém parece capaz de “apagar o fogo” que nos vai “consumir” (com um f) a todos. O que interessa, isso sim, é tentar apagar o fogo que queima os matos.
Quanto ao resto...
(As TV’s acabam de noticiar que o Ministro das Polícias e até as próprias Polícias andam no encalço dum outro incendiário conhecido pela alcunha de “Carapau”. “Se o apanhamos passamo-lo pelas brasas, tão certo como eu ser o Ministro das Churrascadas”, disse o próprio em directo, empunhando já a tenaz).