(Soraya, a Princesa dos Olhos Tristes)
Ainda com os chanatos cheios de pó (lama que a chuva foi muita) do Carnaval e espicaçada a memória por umas poesias que tive o prazer de ler, lembrei-me de umas duas ou três quadras, que servem de pretexto para este post.
Quando em Geografia estudei os vulcões, tomei conhecimento desta quadra:
O Xá da Pérsia está morto.
Morreu com uma indigestão.
E o vulcão Popócatepelte*
Entrou em erupção.
Assim duma assentada fiquei a saber da existência deste vulcão e da Pérsia mais do seu soberano, o Xá.
O último Xá da Pérsia foi Reza Pahlevi que casou em 1951 com a Princesa Soraya com quem viveu 7 anos. Como por mais Xá que ela tomasse não engravidava e como era preciso haver descendência, divorciaram-se em 1958 e o Xá casou um ano depois com um novo borracho, a Farah Diva.
(Isto de soberano casar com borrachos teria a ver com o facto de mais depressa o Xá aquecer, digo eu que não sei destas “infusões”).
Pouco tempo depois nasceu o 1º filho (tiveram quatro, mas de pouco lhe valeram já que foi deposto mais tarde pelo regime dos ayatollahs) e o Xá resolveu baixar os impostos como forma de comemorar o nascimento.
Mais tarde nasceu o 2º filho e voltou a baixar os impostos.
Diz quem sabe, que por essa altura, passou a circular em Portugal esta quadra:
A gaita do Xá da Pérsia
Faz os impostos baixar.
Ora gaita p’rá inércia
Da gaita do Salazar.
-o-
Talvez pela mesma altura, talvez mais tarde, havia na Emissora Nacional (EN) duas funcionárias dos serviços administrativos que gostavam uma da outra. E gostavam daquela maneira que hoje as levaria ao casamento e a serem sócias da ILGA.
O maestro Belo Marques que era funcionário da EN e sabia do caso, como aliás toda a gente da Emissora, e que além de maestro era brincalhão, deixou-lhes um dia em cima das secretárias esta quadra:
Que horror, que depravação!
Como podem gostar disso?
Comer pão só com pão,
Quando é tão bom com chouriço!
-o-
Em História, quando estudei a Grécia Antiga, tomei conhecimento com a Helena de Tróia, outro borracho que meio mundo catrapiscava. Casou com Menelau, mas mais tarde fugiu com Páris para Tróia e começa a sarrafusca com todos à porrada e que vem dar origem à guerra de Tróia e à história do cavalo de madeira. Páris morre e eu aprendi esta quadra:
Oh! Helena ingrata e tola,
Deste cabo de mais um!
Helena, dá-me a pistola! **
Adeus Helena. Pum! Pum!
* Trata-se do vulcão Popocatépetl, no México.
** A pistola só veio a ser inventada séculos depois, portanto trata-se duma liberdade poética.