Quinta-feira, 29 de Maio de 2014

Receita para fazer um post

Agarra-se numa boa ideia e logo de seguida unta-se um tabuleiro de ir ao forno, com um pouco de manteiga. Mete-se a ideia no tabuleiro e o tabuleiro no forno. Dependendo do “tipo do forno”, passado pouco tempo o post está pronto a ser publicado.

Claro que, quando se tem uma boa ideia, o melhor é apresentá-la da maneira mais simples, sem muitos temperos, que não vão acrescentar-lhe nada. Qualquer boa ideia, desde que bem apresentada, dá um bom post.

A habilidade, a mestria, a lata se assim quiserem, consiste em ter uma péssima ideia, ou mesmo nenhuma ideia e conseguir escrever um post. Como fazer nestes casos?

A resposta não é simples nem imediata. Requer alguma paciência e imaginação qb.

Um dos caminhos a seguir é começar por dizer como se “cozinha” um post com uma boa ideia. Fala-se no tabuleiro, no forno, no não temperar muito a ideia para ela não perder os sucos.

Uma vez isso feito, passa-se para o caso em que não há nenhuma ideia ou então ela é tão má, que não há molhos nem temperos que a salvem. Claro que mesmo num caso destes, convém acompanhá-la com um arroz branco,

daquele que vai com todas, sejam boas ou más ideias ou até com uma total falta de ideia.

Nesta altura, quando se tem um má ou muito má ideia, ou não se tem ideia nenhuma e chegado a este ponto da preparação, quase sem se dar conta o post está praticamente amanhado.

É só dar mais uma vista de olhos pelos frasquinhos dos temperos, quem gostar de açafrão pode mesmo juntar açafrão ao arroz branco que assim deixa de ser tão anémico, deitar uma golfada de vinho de má qualidade sobre a ideia (já que ela é má não convém estragar um vinho bom), dar uma vista de olhos pelo “petisco” para ver se pelo menos enche o prato e, se mesmo assim for pouco, há sempre a solução de acrescentar mais arroz branco (ou com açafrão se tiver sido essa a opção) e misturar qualquer coisa que haja ali à mão. Estou a lembrar-me, por exemplo, um ditado popular do tipo “a fome é má conselheira” ou, para quem gosta de mais um pouco de picante na comida, “ a puta e o cão estão sempre a olhar para a mão”, ou então acrescentar uma ou duas (nunca mais do que duas) citações de grandes “cozinheiros” para compor a apresentação e finalizar a ementa.

“Apenas os medíocres estão sempre no seu máximo” do grande “cozinheiro”, Somerset Maugham (e aqui para nós não sei se é piada para mim) ou então “as ideias são as raízes da criação” de Ernest Dimnet, que não tive a honra de conhecer, mas deve ter sido um tipo porreirinho, porque me permite acabar em alta este post.

Assim se faz um post a partir do nada. Com a mesma receita também se podem encher chouriços e/ou pneus.

 

Para não se perder tudo:

- Somerset Maugham (1874-1965) conhecido escritor inglês, que nasceu e morreu em França, cuja vida daria para muitos posts. Aliás, se no tempo dele, houvesse “disto”, teria um blog com histórias de nunca mais acabar, porque “palheta” não lhe faltava.

- Ernest Dimnet, (1866-1954) padre francês dado à escrita e à leitura e que, depois da 1ª guerra mundial foi para os Estados Unidos e que também seria bem capaz de fazer um post melhor do que este.

Os dois juntos: 91+88=179 anos !!! (Neste post até contas se fazem!)

 

 O mundo é mesmo uma aldeia. Um era inglês, mas nasceu e morreu em França, onde também viveu, assim como viveu em Inglaterra, na Alemanha e lá pelos Orientes. O outro era francês e viveu a maior parte da vida nos States. E não satisfeitos com isso, juntaram-se, por puro acaso, neste blog onde deram uma mãozinha.

Assim sendo, aqui fica o meu agradecimento por essa “mãozinha”.

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince. (Atenção! Este lince não é o da Malcata)       

publicado por Carapaucarapau às 14:41
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Quinta-feira, 22 de Maio de 2014

O inesperado

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Poucas coisas são tão inesperadas como o inesperado. Esta frase duma filosofia tão profunda, saltou-me logo à ideia quando me preparava para escrever este post.

A coisa começou assim.

Estava em casa com frio e com sono, quando achei que o melhor era passar pelas brasas com uma manta por cima. Para já veja-se o perigo: um Carapau a “passar pelas brasas” e ainda por cima embrulhado numa manta. Um perigo que obrigaria a pôr os bombeiros de prevenção, não fora o caso de, na altura, nem me ter apercebido disso.

Portanto, inclinei o espaldar da cadeira até ficar quase na horizontal (já duas vezes aqui fiz referências às minhas cadeiras, a ex e a atual), puxei a manta até às guelras e assim fiquei a olhar para o teto. O teto é branco, liso e sem nenhum motivo atrativo e desviei os olhos para o lado. E “para o lado” ficam umas tantas estantes a abarrotar de livros. Não, não se trata duma “biblioteca”, mas tão sómente duns tantos livros que fui adquirindo ao logo da vida. Perto de mim, ficam os livros técnico-profissionais, que já não desfolho há muito. Li-lhes as lombadas, recordei alguns episódios ligados a eles e “varrio-os” com o olhar. Na prateleira logo acima alguns livros de e sobre pintura e desenho. Entenda-se: sobre a técnica da pintura e do desenho, ou melhor sobre as várias técnicas. Dum tempo em que ainda me agarrei aos pincéis, mas a vontade nunca superou a falta de jeito e de técnica, mas sobretudo de imaginação.

Foi então que numa lombada “magrinha” apertada entre outras mais opulentas li um nome: Miró.

Miró? Um livro sobre o Miró aqui? Como terá vindo aqui parar? Lá se foi o descanso. Endireitei o espaldar da cadeira, arranquei o livro da estante e era mesmo sobre o Miró. Nada menos de umas 65 reproduções de obras do artista. “Querem ver que é a famosa coleção do BPN aqui escondida, para eu a vender à socapa?”. O livro deve ter sido comprado num saldo qualquer da FNAC, considerando o preço que ainda tem marcado. Não me lembrava minimamente dele.

Nesta altura lembrei-me que tinha de escrever o post semanal (tradição oblige…).

Estava feito. Contava esta aventura do Miró que me tirou o sono, apresentava 2 ou 3 reproduções do livro e estava feito o negócio. O meu “negócio” do post, é claro, que o “outro” não se sabe ainda como vai acabar, como acontece com todos os “negócios” que metem portugueses. Nem ao Miró dão descanso. Por mim, vou já entalá-lo entre os outros dois calhamaços para não se poder mexer e dar nas vistas…

 

Quanto aos quadros apresentados, dizem os entendidos, que são da série “Constelações”. O 1º chama-se “Mulher com Sovaco Louro Penteia o Cabelo à Luz das Estrelas” (e aqui para nós, que o Joan Miró não nos ouve, nem precisava dum título tão explicativo, pois está-se mesmo a ver o pente…). O 2º tem por título “Acordar ao Amanhecer” e, aqui sim, já era conveniente mais informação pois ficamos sem saber se é o acordar da mesma mulher ou de outra. Pelo sovaco, parece ser a mesma, mas nunca fiando…

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.    

publicado por Carapaucarapau às 13:43
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Quinta-feira, 15 de Maio de 2014

Altos cursos...

À minha frente uma publicação de 90 páginas com a lista dos cursos de pós-graduação, mestrado e doutoramento. Dei um vista de olhos, encontrei à volta de 2500 cursos (e não estão todos nesta lista) e tentei escolher um que me caísse no goto. “Cair no goto” é assim como petiscar umas navalheiras acompanhadas por umas "loiras". Quero eu dizer… que me agradasse.

Hesitei entre “Ciberterapia e Reabilitação Neurocognitiva” e “Surf e Performance” (parece que não fornecem a respetiva prancha e vi-me obrigado a pôr de lado a hipótese) e virei-me para a “Intervenção na Crise, Catástrofe e Emergência” (repare-se na sequência). Depois vi que havia também “Intervenção Precoce” e comecei a ficar baralhado. Perguntei-me: então se houvesse uma boa intervenção precoce para quê uma intervenção na crise, catástrofe e emergência? Parece-me que de precoce a intervenção não tem nada, ainda por cima leva 2 anos a tirar o curso, quando acabar já a crise deu cabo de tudo, já estamos em estado de emergência. Foram mais dois cursos que pus de lado.

Prendeu-me a atenção a “Inovação em Artes Culinárias”. Dois anos agarrado aos tachos é tentador, mas pedem 2500 euros só para entrar na coisinha, perdão, na cozinha. (Em muito menos tempo, digamos mesmo enquanto o diabo esfrega o olho, aprendi eu a fazer um Folar Rico de Valpaços, de comer e chorar por mais, mas, claro está, sem ter tirado nenhum curso. Agora penso no que ele seria se eu tenho tirado um doutoramento… Certamente o Folar perderia grande parte da sua “riqueza”.).

Seduziram-me à primeira vista, um curso de “Compósitos de Matriz Polimérica”, outro de “Extrusão de Plásticos A” e outro de “Extrusão de Plásticos B”  (pena não haver mais…) e ainda um de ”Estatística Multi(a)variada”.

Finalmente fiquei indeciso entre um de “Surf” (sem perfomance como o indicado no princípio, mas com o mesmo problema da falta de prancha) e uma pós graduação em “Golf” (120 horas e 1500 euros em 3 suaves prestações).

Enfim, com 2500 cursos à escolha tinha material para uns duzentos posts, não fora eu um tipo exigente. Procurei, mas em vão, um mestrado em “Bom Senso” que não encontrei, nem mesmo uma pós-graduação em “Senso Comum”.

Vou continuar a ser um ignorante (Doutoramento em “Ignorância”, precisa-se).

 

Como brinde ainda pensei deixar aqui a receita do Folar Rico de Valpaços, mas para não fazer crescer a água na boca a ninguém e como ele é acessível através do grande cozinheiro Dr. Google (que deve ter no mínimo os tais 2500 doutoramentos), deixei cair a ideia. Aconselho no entanto a receita original, que a Profª Drª D. Maria de Lurdes Modesto publicou numa das suas obras de doutoramento…

Bom apetite!

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 12:54
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Quinta-feira, 8 de Maio de 2014

O grito

                             

                                  "O grito" de Edvard Munch

 

Numa das minhas últimas passagens pelo recinto onde se faz a Feira da Ladra, resolvi meter-me por umas ruelas que há nas imediações e dar uma vista de olhos por um sítio onde há anos presenciei uma cena que nunca mais esqueci.

Por essa altura funcionava num dos prédios que rodeia o recinto da Feira uma Repartição Pública ligada aos serviços do Exército. Eu tinha de ir lá consultar uns documentos para a empresa onde trabalhava poder concorrer a uns trabalhos. Como na altura eu não sabia onde ficavam tais instalações, foi comigo um velho conhecedor da cidade de Lisboa, alfacinha de gema, a rondar os cinquenta e muitos anos de idade, boémio desde muito novo, jogador inveterado, namoradeiro consumado, exímio contador de anedotas e mais umas outras tantas coisas, para além de ser uma ótima pessoa.

Fomos no carro dele e como a entrada para o tal edifício era feita pelas traseiras, ele meteu o carro numa dessas ruelas e aí o estacionou. Saímos do carro, tínhamos uns 30 ou 40 metros para andar a pé e foi então que tudo aconteceu.

Tínhamos dado meia dúzia de passos, quando, de uma janela dum r/chão, uma senhora já “bem cinquentona” soltou um grito: “Octávioooooooooo!!!”. E logo de seguida voltando-se para o interior da casa, outro grito: “Mãeeee! Sabe quem está aqui? O Octáviooooo!!!”.

Octávio era a pessoa que ia comigo e que a, estes gritos, parou em frente à janela. Eu fiquei 2 ou 3 metros retirado, a apreciar a cena. Apareceu então à janela uma outra senhora já de bastante idade e cega (era a mãe por quem a filha tinha chamado). Deu-se uma rápida troca de cumprimentos entre os três, entretanto a velha senhora retirou-se e quando ficaram só os dois, a “senhora do grito” retirou do pescoço um fio donde pendia uma pequena caixa em forma de coração, abriu-a, voltou-a para o Octávio e perguntou: “lembras-te?”.

Era uma foto dele, quando tinha à volta de vinte anos.

Logo de seguida despediram-se e eu e ele lá fomos ao trabalho.

Contou-me então que tinha sido uma antiga namorada dos seus anos de jovem, que aquele sítio era conhecido pelas “Travessas” e que ninguém doutro Bairro lá podia entrar para namorar as moças, sem autorização da “malta” do Bairro. Autorização que ele tinha, obviamente e, pelos predicados que eu lhe conhecia, difícil era não ter essa e “outras” autorizações.

Disse-me que já não a via desde esses tempos e que, se ela não lhe tivesse gritado o nome, nem a teria reconhecido.

 

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publicado por Carapaucarapau às 17:11
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Quinta-feira, 1 de Maio de 2014

Et mortuum...

Alguns dos últimos acontecimentos relatados na TV (casos como aquele do homem que supostamente anda fugido lá pelos montes do Douro, com um batalhão de polícias atrás) e outros semelhantes, em que a violência anda à solta, trouxeram-me à memória um conto policial que li quando era menino e moço e gostava de romances e contos policiais. Tinha como título uma frase em latim, que já esqueci, mas que queria dizer qualquer coisa como: “Dos mortos não se deve falar para dizer mal”. E dos vivos também não, digo eu agora.

Aqui vai, numa adaptação livre, o que a minha memória ainda retém.

 

- Oh compadre Joaquim! Está alguém cá por casa? – gritou o Manuel Moleiro entrando pela casa do amigo.

- Estou aqui, na cave. Desça compadre que estou ocupado.

Manuel desceu e encontrou o amigo a terminar o trabalho de cimentar o chão da cave.

-Andava há que tempos para resolver este assunto da infiltração de água, hoje resolvi lançar mãos à obra…

Manuel olhou para o compadre e amigo duma maneira estranha e começou a falar:

- O compadre sabe que pode contar comigo para tudo. A minha boca será para todo o sempre um túmulo. Nunca duvide disso. Compreendo perfeitamente a situação, eu teria feito o mesmo. Tenho até de lhe pedir desculpa por nunca lhe ter falado no assunto, mas o compadre sabe que estas coisas são muito pessoais. A verdade é que a comadre era uma boa pessoa, muito simpática, uma mulher vistosa, mas também muito dada e sempre pronta a dar trela a qualquer um. Ele falava-se no padeiro, no Zé do correio, no Xico da mercearia, nos que vinham e passavam, nos que passavam e voltavam, enfim a fama dela já era conhecida nas cinco léguas ao redor da aldeia. Por isso compadre, eu compreendo perfeitamente o seu gesto e por isso lhe digo uma vez mais que pode contar com o meu silêncio. E agora, se me dá licença vou-me embora que ainda tenho de ir tratar dos animais.

Subiu as escadas e saiu.

Joaquim tinha suspenso o trabalho desde que o compadre começou a falar e nem abriu a boca. Depois, quando ele saiu, sentou-se e, apoiado ao cabo da picareta, ficou a pensar na vida. Não fazia a mínima ideia das coisas que o compadre lhe tinha dito. Afinal ele, sempre tão…

Foi interrompido pela voz da mulher que tinha voltado do quintal e que lhe gritou da cozinha:

- Ainda não acabaste a obra, Quim?

- Julgava que sim, mas o trabalho não ficou bem feito, tenho de abrir de novo o buraco. Anda cá abaixo, que és precisa aqui…

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 18:41
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