A propósito do 6º aniversário deste blog, que aconteceu no dia 8 deste mês foi-me solicitada uma entrevista pelo conspícuo “Jornal das Tretas”, entrevista essa publicada no seu último número. (Uma explicação: “último número” quer dizer isso mesmo. Certamente por ser conspícuo e ter publicado a entrevista, foi de imediato encerrado).
A partir daqui, a palavra ao jornal.
“ Convidamos o Carapau para uma entrevista, que se fez durante um almoço, para que o famoso bloguista/blogueiro/bloguento nos fizesse um retrato destes últimos 6 anos da sociedade em que está inserido.
Enquanto degustávamos umas tapas e saboreávamos um “Veuve Cliquot”
falamos disto e daquilo, para aquecer os motores, para a conversa de fundo.
Em seguida aviámos um “vol au vent de vieira” que nos soube a canja, antes de vir a canja propriamente dita, que foi um arroz com muitas valencianas. Enquanto decorria o almoço, fomos colocando algumas questões ao nosso entrevistado:
- Quais foram as grandes alterações que o Carapau assinalaria como positivas na nossa sociedade neste últimos 6 anos?
Com a boca cheia fez-nos sinal que não podia responder naquele momento e continuou a mastigar, sempre de boca fechada como manda a etiqueta, mas fez uns gestos como que a dizer que tinha tomado a devida nota da pergunta.
- E depois quais foram os grandes falhanços neste mesmo lapso de tempo?
Olhou para nós com aquele olhar magnífico de quem estava à espera da pergunta, bebeu dois goles da Viúva, teve um ligeiro sorriso, pousou o copo, pegou na faca e no garfo e voltou a atacar o arroz. Notava-se, no brilho do seu olhar, o quanto nos tinha para dizer.
- Depois também o queríamos ouvir sobre as grandes incógnitas da Crimeia e o desaparecimento do avião…
Novo sorriso, um ligeiro gesto com a barbatana, mais uma garfada…
Notava-se a vontade de intervir e desenvolver as suas teorias sempre originais e cheias de sabedoria. Entretanto era servido o assado e veio um Douro encorpado. Carapau olhou o copo à luz, esticou o lábio inferior e levou o copo à boca. Piscou-nos o olho.
- Já agora fará também o favor de nos informar do rumo que o blog irá tomar daqui para a frente. Mantém a mesma linha, ou vai alterá-la?
Olhou-me com um olhar meio espantado, pareceu que a pergunta não lhe tinha agradado tanto como o tinto do Douro, serviu-se mais uma vez e atacou o resto do assado.
- Sobremesa?
- Claro!
Veio uma barriga de freira, daquelas muito branquinhas e o Carapau atirou-se a ela com toda a delicadeza. A “freira” parecia contorcer-se com cócegas…
Veio o café e um digestivo e preparamo-nos para ouvir a dissertação do Carapau.
- Vamos então a isto?
- Claro. Fico-lhes muito agradecido pela lembrança do aniversário do blog, eu até me tinha esquecido dele e quero também agradecer-lhes o esplêndido almoço.
Ficarei sempre às vossas ordens…e agora vou-me embora, ainda tenho de escrever o post para publicar amanhã.
- Mas…
- Boa tarde e mais uma vez o meu obrigado.
E saiu”.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
1- O plágio
Arranca-se de um jornal uma dessas notícias da treta, tosca, parva, estúpida e informe; e depois que se desbastou o que não interessa, agarra-se no computador e, dedos nas teclas, começa-se a formar o post. Primeiro, período a período, depois frase a frase até à palavra por palavra. Adoça-se aqui, apimenta-se ali, arredonda-se acolá, prepara-se o “suspense”, emenda-se isto, substitui-se aquilo, estica-se se estiver curto, corta-se se estiver comprido, até ficar um texto aceitável, talvez até publicável.
2- O plagiado
O Estatuário (Padre António Vieira)
Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão, e começa a formar um homem, - primeiro, membro a membro, e depois feição por feição, até a mais miúda; ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos; aqui desprega, ali arruga, acolá recama; e fica um homem perfeito, e talvez um santo que se pode pôr no altar.
3 – A explicação
Um destes dias, acordei com o “Estatuário” na cabeça. Como não uso barrete de dormir, fico com a cabeça livre para nela entrar qualquer coisa. Conheço o texto desde a minha 4ªclasse, pois fazia parte do “Livro de Leitura”. No liceu voltei a encontrá-lo e aprendi a apreciar a precisão de cada um dos verbos que aparecem no texto. Depois de me rebolar duas vezes na cama sem conseguir “sacudir” o Vieira, resolvi que o melhor era fazer um post, “a meias” com ele.
Foi assim que mostrei como se faz um post em “3 tempos”.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
O post de hoje, com o sugestivo título que o encabeça, é sem dúvida escatológico e não é recomendado a pessoas que possam ter problemas alérgicos ao nível da pituitária. Aqui fica o aviso e qualquer reclamação deve ser dirigida ao Daily Mail, que colaborou ativamente na elaboração deste post, cabendo-lhe a parte de leão e também a parte mais mal cheirosa.
Vamos aos factos. Disse o referido jornal:
“Numa discussão online, as bloggers Makala Earley, Angela Davis e Kathleen Quiring explicaram a razão pela qual decidiram deixar de usar papel higiénico e revelaram que continuam a ser higiénicas. Mikala afirma que ela e o seu marido pararam de usar papel higiénico há cerca de um ano e que ambos usam um pano reutilizável cerca de 80% das vezes.
Já Angela diz que ela e a sua família deixaram de usar papel higiénico durante duas semanas, para experimentarem uma nova forma de serem ecológicos. Em vez de papel higiénico, começaram a usar toalhas de flanela que depois lavavam a cada dois ou três dias sem notar qualquer cheiro.
Um método parecido com este é o de Kathleen, que usa panos de flanela e lava-os uma vez por semana. A canadiana fez esta escolha depois de observar que a sua filha usa fraldas de pano e ter pensado se não poderia fazer algo semelhante, tendo igualmente deixado de usar champô como parte do seu estilo de “vida simples”. (…)
Claro que para “justificar” tudo isto invocam razões ambientais, a preservação da natureza pois contribuem para menos abate de árvores e outras tretas do costume.
Como campónio que sou (“Carapau do campo” me chamam alguns) sou um amante da natureza e incomodam-me os atentados contra ela. Mas…
Mas não queria ser amigo da Makala, da Ângela e da Kathleen, já que felizmente não sou vizinho. Eu bem gostava de me expressar aqui doutra maneira, fazer uns trocadilhos jeitosos e que o tema está mesmo a pedir, mas fico sempre “preso” pelo facto deste blog ser coisa séria, que não trata de qualquer merda. Ela terá de vir, pelo menos de um jornal, como o Daily Mail, que eu não tenho a honra de conhecer, mas que certamente é jornal entendido em merda e merdices, a ver pela notícia publicada.
Já quanto às três merdosas citadas (com todo o devido respeito assim as trato pois quem não quer ser lobo não lhe veste a pele, o que significa que quem não limpa o cu é porca) eu quero é distância, pois a companhia não deve ser nada agradável. (Note-se que podiam não usar o papel, porque se lavavam de imediato, o que se deve fazer mesmo usar o “paper”, mas não é o caso, pois então para que serviriam “os panos de flanela”?). Apreciei especialmente o facto de serem de “flanela” – cus macios certamente…
Eu recomendar-lhes-ia fazerem as suas necessidades no campo, preferencialmente junto a uma árvore (não esquecendo de levar a flanela, é claro) e assim contribuíam duplamente para a preservação da natureza.
Por falar em Natureza…ela nem sempre é perfeita, senão não haveria Makalas, Angelas e Kathleens com tendências mal cheirosas.
Estou aqui a pensar que podiam ser ainda mais “ecologistas”, não gastando tanta água na lavagem das “flanelas”. Certamente que passando a lavá-las só de 3 em 3 semanas e não todos os 3 dias ou mesmo 1 semana, como fazem, economizariam muita água (que começa a ser um bem escasso) pois certamente “não notariam qualquer cheiro”. Também podiam (e estão sempre a tempo de o fazer) “limpar as mãos à parede” e poupavam a flanela, água e sei lá eu que mais…
Com tanta merda que há por este mundo de Cristo (e outros profetas) por que raio o Daily Mail resolveu tratar da merda particular das três “senhoras”? Conheço tantos jornais destes…
Pelo sim pelo não, para que pelo menos não se diga que este post é mal cheiroso (mesmo não se confundindo com o cheiro destas três nauseabundas – e nunca uma palavra foi tão perfeitamente aplicada como esta), deixo aqui estes pauzinhos de incenso, já a arder.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
Para compensar dos últimos posts que têm sido longos, aqui vão duas rapidinhas…
(Dos jornais)
“Sondagem não publicada indica que os franceses consideram o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, o Presidente ideal para fazer a França sair da crise”.
Ora aqui está o que se pode classificar como uma boa opção. Sabendo como estão a ser “alvo de tentativas de cariz sexual, algumas já consumadas, outras ainda a consumar”, *** os franceses optam por um “profissional” altamente qualificado e com provas dadas e “que tem dado o peito às balas”, para substituir um outro com menos atributos e que nas suas tentativas vai de “vespa” e todo blindado com capacete e demais acessórios, perdendo assim muito tempo nas suas operações…
Chama-se a isto pragmatismo.
o-o
(Duma embalagem com alimentação para gatos)
Ora aqui está um belo exemplo de como se deve apresentar um produto.
Quem não gosta/gostaria de ter um gato com o pelo sedoso e brilhante?
Sentir essa suavidade ao passar-lhe os dedos pelo pelo?
De não andar sempre “atrás do gato” a apanhar o pelo que ele vai deixando por aqui e por ali (banheira, lavatório, etc)?
E quem não gosta de ver o seu gato a lamber o bigode satisfeito com as “iguarias” que lhe dão e que ele aprecia?
Nem convém falar nas bolinhas que ele vai deixando, um pouco por todo o lado, e que tanto trabalho dão às “donas” dos gatos.
Repense pois a maneira de alimentar o seu gato, ou então troque-o por outro, é o conselho que aqui fica, deixado por um “animal” que não os pode ver nem pintados…
*** Como já disse por diversas vezes, isto é um blog sério e portanto nem sempre se pode dar ao luxo de usar os termos técnicos apropriados. Daí esta forma rebuscada de dizer o que vai acontecer aos franceses e que outros já experimentaram (portugueses, p. ex.).
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.