Eles são os fogos, os bombeiros, as populações, os “meios aéreos”, os feridos, os mortos, as condolências públicas e as privadas, o facebook e a malta porreira, os milhões ardidos e os que ainda faltam arder, “os melhores do mundo” e os melhores lá da rua deles, a falta de meios e a falta de princípios, os incendiários, os suspeitos, as prisões, a falta de “fósforo” e o mato a mais, os churrascos, os imprevidentes e os que tomam todas as previdências, os honestos e os nem tanto, os finórios e os parvos de serviço, os que prestam serviço e os que estão sempre a servir-se, eu, tu, ele, nós.
Ouço, vejo, leio e não falta ninguém. Estamos lá todos, do princípio ao fim.
Somos assim, capazes do pior, cada vez pior. Sempre a descer. E nunca culpados. Os culpados são sempre “eles”. Nunca “nós”. Credo, cruzes, Maria Santíssima! Eu???!!!
Nunca fui grande crente, mas sou há muito um grande descrente.
Sim, mas há sempre aqueles grupos “acima de qualquer suspeita”. Os da justiça, os das forças de defesa, os das forças de segurança…
Só que…
Anulado concurso da PSP por suspeita de ilegalidades (SIC)
(O título deste post também podia ser:
“mais vale experimentá-lo que julgá-lo
mas julgue-o quem não puder experimentá-lo”…)
(Camões)
A expressão “um grande número” pode ser entendida de muitas maneiras. Uma, talvez a mais imediata, é uma fila de algarismos que nunca mais acaba como, por exemplo, a distância da terra à estrela mais longínqua ou a quantidade de cabelos da população chinesa. Ou ainda (isto para me dar ares de sabichão) a parte decimal do número pi (π) pois dizem que nunca mais acaba, por isso se diz que é uma aproximação. Já o pipi é outra coisa que não é para aqui chamada, mesmo que seja daqueles que comem grão. “Um grande número” também pode ter como origem uma pequena pessoa: um anão que faça um número de circo espetacular, p. ex.
“Um grande número” também pode até ser só constituído por “um grande algarismo” como é o caso de tanta gente que anda por aí.
Já uma vez fiz um post sobre alguns números e um outro especialmente dedicado a este número especial.
Hoje volto a dedicar-lhe mais algumas linhas porque na realidade “ele” merece. Se foram ao link já sabem do que se trata, se não foram eu digo-o já aqui. Vou dedicar-me um pouco ao 69. “Um pouco” quer dizer o tempo necessário e suficiente para o assunto ser devidamente tratado. Nada de pressas nem nada de eternizar o assunto. Se houver dúvidas eu repito a explicação, fique desde já entendido.
Feita esta nota prévia, em jeito de aquecimento, vamos a ele. O 69 é desde logo um número simpático que goza, se assim me posso explicar, de propriedades muito próprias. Sendo um número ímpar (e até podíamos dizer que é duplamente impar, porque não conheço outro com as mesmas qualidades) ele é formado por 2 algarismos (e talvez fosse conveniente pôr aspas no “algarismos”) que são a cara chapada um do outro. Mas é divisível por 3, o que constitui um espanto para muitos “matemáticos”, pois constitui um verdadeiro problema, sendo uma operação tão simples quando dividido só por 2. Isto para não falar em que também é divisível por 23 e então isto já sai da matemática para se transformar num problema da botânica, digamos assim. De facto a divisão por 23 constituiria um autêntico “cacho de uvas”, que é a expressão usada para casos que tais.
Calculo que a esta altura do post já poucas pessoas conseguem seguir esta alta matemática. Para essas pessoas, vou dizer umas coisas mais terra a terra, para conseguirem levar a leitura até ao fim. Na “cama do sutra” é possível tomar conhecimento com algumas propriedades desde número e até da melhor maneira de o “desenhar”.
Satisfeita deste modo a parte bibliográfica deste trabalho, voltemos à “alta matemática” aqui explicada em termos de divulgação para que ninguém fique de fora do sortilégio do 69.
Usem a máquina os que tiverem dificuldades em fazer contas “à mão”. Arranjem parceiro ou parceira para vos ajudar. Experimentem os números que quiserem, tratem-nos de trás para a frente ou da frente para trás e não encontram outro parecido ao 69.
De facto ele é único, porque só ele goza da propriedade (feita também curiosidade) de, ao ser elevado ao quadrado e depois elevado ao cubo, usar todos os algarismos de 0 a 9 e “entrando” cada um uma só vez!
Ora apreciem (e, se for caso disso, pratiquem):
69^2 (lê-se 69 ao quadrado ou seja 69x69) = 4761
69^3 (lê-se 69 ao cubo ou seja 69x69x69) = 328509
Convencidos? Se julgarem que é batota, experimentem!
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
Fez ontem 629 anos que se travou a batalha de Aljubarrota. Sem ter ligação nenhuma com a efeméride, quis o acaso que ontem mesmo eu tenha passado pelo campo onde ela se desenrolou (certamente estava enrolada até aí) e um pouco mais tarde pela aldeia de Aljubarrota, a terra que deu nome à batalha e donde era natural a padeira Brites, a tal que aviou sete castelhanos segundo a história/lenda. No largo da povoação lá está uma escultura com o forno, a padeira e a respetiva pá.
Uns quilómetros mais à frente, numa povoação por onde Jesus Cristo certamente nunca passou, lá estava o alvo da minha investida por essas terras. Há cerca de um ano tinha acertado uma batalha contra um rabo de boi. Não se tratava duma pega de cernelha, ainda que os três da vida airada que compunham o grupo chegassem e sobrassem para tal. A arena onde se ia travar a batalha era uma antiga adega/curral/arrecadação/ou outra coisa qualquer desde que com mau aspeto. À chegada fomos informados que o rabo não ia chegar para todos os pretendentes. Concluí que por aquelas bandas há muita gente doida por rabos (de boi, mas que até podem ser de vaca) e que não perde ocasião para se atirar a eles.
No entanto disseram-nos que se tivéssemos paciência para esperar, ainda se havia de “dar um jeito” e arranjar “qualquer coisinha”.
“Dar um jeito” e “qualquer coisinha” são duas expressões muito correntes neste país à beira mar plantado. Estando nós em terras do diabo (que também tem rabo e até termina numa seta...) com fome e como tínhamos ido de propósito para apreciar o rabo ao boi, resolvemos esperar. Entretanto apreciei o local onde se ia desenrolar a batalha. E de tal maneira é indescritível para os meus parcos recursos literários que não sou capaz de dar uma pequena ideia. Limitar-me-ei a dizer que era um amontoado de velharias sem nexo, mas tudo envolvido por muito pó, talvez ele o mais velho das velharias. A higiene de tudo era a condizer, de tal maneira que a ASAE nem tem coragem de passar por perto de tal maneira as “inconformidades” preencheriam certamente toda a papelada disponível nos serviços.
Ao fim de uma hora de espera lá nos atirámos ao rabo, já não na sua versão “oficial” mas com tudo (e era pouco) o que conseguiram apanhar pelas gavetas da “cozinha” para meter na panela.
Como a fome era muita, esquecemos o pó, as velharias, os restos, todo o ambiente e lá nos atiramos ao que ainda restava do rabo.
Agora estou a pensar em escrever ao “Guia Michelin” para ver se visitam o local e se lhe arranjam pelo menos uma estrela, ou pelo menos uns restos de cometa que não se tenham desintegrado e que ficariam bem na decoração do curral, isto é da sala.
Estivesse este tasco aberto há 629 anos e nem a batalha de Aljubarrota tinha tido lugar…
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
O título deste post é um logro. Feito à semelhança do “melhor jornalismo”, que põe uma coisa no título e outra no corpo da notícia, para atrair incautos, também eu não resisti.
De facto vou falar do Papa, das Mulheres e dos Jovens. Melhor dizendo, quem falou sobre as mulheres e os jovens foi o Papa, eu só vou pôr dois padres a falar.
Na recente viagem ao Brasil disse o Papa que os jovens tinham de se revoltar, de fazer a revolução. Ouvi e sorri. O chefe da organização mundial mais conservadora a falar de revolução! Fina ironia.
Numa outra alocução disse que as mulheres deverão cada vez mais ocupar altos cargos.
Olha-se para a Igreja e não se vê uma mulher no cimo, nem tão pouco ao lado. Agora “por baixo” há e tem havido aos milhares.
E chegado aqui dou a palavra a dois padres, a dialogarem dias depois da eleição do Papa Francisco.
- Então que te parece o novo Papa?
- Simpático, simples, popular.
- Achas que é desta vez que se vai resolver o problema do casamento dos padres?
- Hummm! Duvido muito. Lá para os nossos filhos ou netos, talvez…
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.