Quinta-feira, 29 de Agosto de 2013

A mesma merda de sempre

Eles são os fogos, os bombeiros, as populações, os “meios aéreos”, os feridos, os mortos, as condolências públicas e as privadas, o facebook e a malta porreira, os milhões ardidos e os que ainda faltam arder, “os melhores do mundo” e os melhores lá da rua deles, a falta de meios e a falta de princípios, os incendiários, os suspeitos, as prisões, a falta de “fósforo” e o mato a mais, os churrascos, os imprevidentes e os que tomam todas as previdências, os honestos e os nem tanto, os finórios e os parvos de serviço, os que prestam serviço e os que estão sempre a servir-se, eu, tu, ele, nós.

 

Ouço, vejo, leio e não falta ninguém. Estamos lá todos, do princípio ao fim.

Somos assim, capazes do pior, cada vez pior. Sempre a descer. E nunca culpados. Os culpados são sempre “eles”. Nunca “nós”. Credo, cruzes, Maria Santíssima! Eu???!!!

Nunca fui grande crente, mas sou há muito um grande descrente.

 

Sim, mas há sempre aqueles grupos “acima de qualquer suspeita”. Os da justiça, os das forças de defesa, os das forças de segurança…

 

Só que…

 

Anulado concurso da PSP por suspeita de ilegalidades (SIC)

A PSP anulou o concurso para lugares de chefia por suspeitas de conhecimento prévio do exame. Mais de uma centena de agentes tiraram nota 20 na prova de aptidão psicológica. A concurso estavam 200 vagas disponíveis para o curso de chefias da PSP. A Direção Nacional da PSP ordenou um inquérito e admite uma participação ao Ministério Público.

Afinal estava enganado. Somos mesmo bons. Para nós, “vintes” são mato…o que continua a alimentar o fogo (sagrado?).

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 10:07
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Quinta-feira, 22 de Agosto de 2013

Um grande número

 (O título deste post também podia ser:

“mais vale experimentá-lo que julgá-lo
  mas julgue-o quem não puder experimentá-lo”…)

(Camões)

 

A expressão “um grande número” pode ser entendida de muitas maneiras. Uma, talvez a mais imediata, é uma fila de algarismos que nunca mais acaba como, por exemplo, a distância da terra à estrela mais longínqua ou a quantidade de cabelos da população chinesa. Ou ainda (isto para me dar ares de sabichão) a parte decimal do número pi (π) pois dizem que nunca mais acaba, por isso se diz que é uma aproximação. Já o pipi é outra coisa que não é para aqui chamada, mesmo que seja daqueles que comem grão.  “Um grande número” também pode ter como origem uma pequena pessoa: um anão que faça um número de circo espetacular, p. ex.

“Um grande número” também pode até ser só constituído por “um grande algarismo” como é o caso de tanta gente que anda por aí.

Já uma vez fiz um post sobre alguns números e um outro especialmente dedicado a este número especial.

Hoje volto a dedicar-lhe mais algumas linhas porque na realidade “ele” merece. Se foram ao link já sabem do que se trata, se não foram eu digo-o já aqui. Vou dedicar-me um pouco ao 69. “Um pouco” quer dizer o tempo necessário e suficiente para o assunto ser devidamente tratado. Nada de pressas nem nada de eternizar o assunto. Se houver dúvidas eu repito a explicação, fique desde já entendido.

Feita esta nota prévia, em jeito de aquecimento, vamos a ele. O 69 é desde logo um número simpático que goza, se assim me posso explicar, de propriedades muito próprias. Sendo um número ímpar (e até podíamos dizer que é duplamente impar, porque não conheço outro com as mesmas qualidades) ele é formado por 2 algarismos (e talvez fosse conveniente pôr aspas no “algarismos”) que são a cara chapada um do outro. Mas é divisível por 3, o que constitui um espanto para muitos “matemáticos”, pois constitui um verdadeiro problema, sendo uma operação tão simples quando dividido só por 2. Isto para não falar em que também é divisível por 23 e então isto já sai da matemática para se transformar num problema da botânica, digamos assim. De facto a divisão por 23 constituiria um autêntico “cacho de uvas”, que é a expressão usada para casos que tais.

Calculo que a esta altura do post já poucas pessoas conseguem seguir esta alta matemática. Para essas pessoas, vou dizer umas coisas mais terra a terra, para conseguirem levar a leitura até ao fim. Na “cama do sutra” é possível tomar conhecimento com algumas propriedades desde número e até da melhor maneira de o “desenhar”.

Satisfeita deste modo a parte bibliográfica deste trabalho, voltemos à “alta matemática” aqui explicada em termos de divulgação para que ninguém fique de fora do sortilégio do 69.

Usem a máquina os que tiverem dificuldades em fazer contas “à mão”. Arranjem parceiro ou parceira para vos ajudar. Experimentem os números que quiserem, tratem-nos de trás para a frente ou da frente para trás e não encontram outro parecido ao 69.

De facto ele é único, porque só ele goza da propriedade (feita também curiosidade) de, ao ser elevado ao quadrado e depois elevado ao cubo, usar todos os algarismos de 0 a 9 e “entrando” cada um uma só vez!

Ora apreciem (e, se for caso disso, pratiquem):

69^2 (lê-se 69 ao quadrado ou seja 69x69) = 4761

69^3 (lê-se 69 ao cubo ou seja 69x69x69) = 328509

 

Convencidos? Se julgarem que é batota, experimentem!

 

 Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 18:24
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Quinta-feira, 15 de Agosto de 2013

A minha batalha

Fez ontem 629 anos que se travou a batalha de Aljubarrota. Sem ter ligação nenhuma com a efeméride, quis o acaso que ontem mesmo eu tenha passado pelo campo onde ela se desenrolou (certamente estava enrolada até aí) e um pouco mais tarde pela aldeia de Aljubarrota, a terra que deu nome à batalha e donde era natural a padeira Brites, a tal que aviou sete castelhanos segundo a história/lenda. No largo da povoação lá está uma escultura com o forno, a padeira e a respetiva pá.

Uns quilómetros mais à frente, numa povoação por onde Jesus Cristo certamente nunca passou, lá estava o alvo da minha investida por essas terras. Há cerca de um ano tinha acertado uma batalha contra um rabo de boi. Não se tratava duma pega de cernelha, ainda que os três da vida airada que compunham o grupo chegassem e sobrassem para tal. A arena onde se ia travar a batalha era uma antiga adega/curral/arrecadação/ou outra coisa qualquer desde que com mau aspeto. À chegada fomos informados que o rabo não ia chegar para todos os pretendentes. Concluí que por aquelas bandas há muita gente doida por rabos (de boi, mas que até podem ser de vaca) e que não perde ocasião para se atirar a eles.

No entanto disseram-nos que se tivéssemos paciência para esperar, ainda se havia de “dar um jeito” e arranjar “qualquer coisinha”.

“Dar um jeito” e “qualquer coisinha” são duas expressões muito correntes neste país à beira mar plantado. Estando nós em terras do diabo (que também tem rabo e até termina numa seta...) com fome e como tínhamos ido de propósito para apreciar o rabo ao boi, resolvemos esperar. Entretanto apreciei o local onde se ia desenrolar a batalha. E de tal maneira é indescritível para os meus parcos recursos literários que não sou capaz de dar uma pequena ideia. Limitar-me-ei a dizer que era um amontoado de velharias sem nexo, mas tudo envolvido por muito pó, talvez ele o mais velho das velharias. A higiene de tudo era a condizer, de tal maneira que a ASAE nem tem coragem de passar por perto de tal maneira as “inconformidades” preencheriam certamente toda a papelada disponível nos serviços.

Ao fim de uma hora de espera lá nos atirámos ao rabo, já não na sua versão “oficial” mas com tudo (e era pouco) o que conseguiram apanhar pelas gavetas da “cozinha” para meter na panela.

Como a fome era muita, esquecemos o pó, as velharias, os restos, todo o ambiente e lá nos atiramos ao que ainda restava do rabo.

Agora estou a pensar em escrever ao “Guia Michelin” para ver se visitam o local e se lhe arranjam pelo menos uma estrela, ou pelo menos uns restos de cometa que não se tenham desintegrado e que ficariam bem na decoração do curral, isto é da sala.

Estivesse este tasco aberto há 629 anos e nem a batalha de Aljubarrota tinha tido lugar…

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 16:27
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Quinta-feira, 8 de Agosto de 2013

Uma sentença hic hic

Decisão de tribunal


O Tribunal da Relação do Porto mandou readmitir um trabalhador do lixo por trabalhar embriagado. Os juízes consideraram que o álcool até pode atenuar as agruras da vida e melhorar a produtividade. (Dos jornais)


A decisão tem muitas mais considerações do que estas que transcrevi e foram largamente noticiadas e comentadas. Se pego neste assunto que já tem uma semana é só porque tive acesso privilegiado à reunião, dos três doutos juízes, em que foi elaborada a decisão. Assim eu tivesse o sentido de humor e “de lata” dos mesmos para a poder relatar como merecia. Farei o meu melhor, mas fico muito aquém do brilhantismo da reunião.


Assim, o ambiente era mais ou menos este:


Sobre a mesa umas garrafas e uns copos. Há ainda umas cascas de amendoins e de tremoços espalhados pela mesa e pelo chão. Enquanto um empunhava a pena de pato e ia escrevinhando os outros iam mandando os seus bitaites. Um dos juízes estendeu a toga no chão e deitou-se de papo para o ar.


 


- Ora vamos então decidir isto, hic hic. O que vamos fazer a este gajo?


- Passa-me aí essa garrafa. Obrigado! Glugluglugluglugluglu…


- É pá, não esvazies também essa, senão daqui a pouco não temos briol que chegue para escrever a sen hic hic tença.


- E contem também comigo. Lá por estar hic hic hic aqui deitado também faço parte do cu, do cu, hic hic letivo, gaita.


- Vamos lá então a isto… quem escreve?


- Eu não, que estou hic deitado…


- Eu também não porque estou a guardar as ga hic hic rrafas.


- Então escreve o Zé, hic…


- Qual Zé Hic? Não há cá nenhum hic hic Zé Hic…


- Manda-se chamar um Hic…


- Como se chama o gajo que foi despedido?


- Qual hic hic despedido? Não estou a ver quem…


- O Hic hic do lixo, pá!


- Tem um nome esquisito, o gajo é russo ou moldavo ou o raio que hic hic o hic hic parta.


- Vêm estes gajos lá do passa-me a garrafa, sim essa, do leste só para nos fazer beber hic hic quero dizer hic hic perder tempo.


- É pena não se chamar Zé hic, senão a gente chamava-o para escrever.


- Porra, isso não hic hic! O gajo bebe cumó caraças e despachava as garrafas todas num hic hic fechar de olhos.


- Não digas isso hic hic que tenho os olhos bem abertos, Estou assim deitado só por hic hic causa dos hics hics…


- Passa-me as pevides.


- Acabaram.


- Os hic hic tremoços…


- Já não hic hic há mais…


- Então já acabou tudo hic hic hic?


- Há hics hics uns restos naquelas garrafas e amendoins.


- Mandamos vir mais?


- Mais juízes? Porra! Só se trouxerem mais mantimen hic tos.


- Então que fazemos?


- O que temos esta hic hic do a fazer ca…ca…ca…hic hic hic…chiça!


- Ca ca cacareja a galinha hic.


- Qual ga hic linha?


- O que é que hic fazia o gajo?


- Qual gajo? O hic hic…


- Sim o hic hic russo.


- Não sei se é russo ou hic hic..,


- Isso não interessa, o que quero passa-me a garrafa saber é o que ele fazia?


- Bebia, é claro hic hic…


- No trabalho hic hic cara hic hic hic…


- Diz que trabalhava no lixo assim tipo hic hic…


- lho, hic hic.


- Porra! Assim hic hic , que merda vem a ser isso?


- Tipo frigoríficos velhos, arcas congeladoras velhas, fogões hi hic velhos passa os amendoins, coisas desse tipo…


- Só velharias hic nada de novas hic hic?


- Era pró lixo.


- Era prolixo? Com os copos era prolixo? E nós o que hic hic somos?


- Juízes, porra ou não hic hic?


E enquanto houve tremoços, amendoins e garrafas a “sentença” continuou a ser “lavrada”.


Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 19:19
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Quinta-feira, 1 de Agosto de 2013

Papa Mulheres Jovens

O título deste post é um logro. Feito à semelhança do “melhor jornalismo”, que põe uma coisa no título e outra no corpo da notícia, para atrair incautos, também eu não resisti.

De facto vou falar do Papa, das Mulheres e dos Jovens. Melhor dizendo, quem falou sobre as mulheres e os jovens foi o Papa, eu só vou pôr dois padres a falar.

Na recente viagem ao Brasil disse o Papa que os jovens tinham de se revoltar, de fazer a revolução. Ouvi e sorri. O chefe da organização mundial mais conservadora a falar de revolução! Fina ironia.

Numa outra alocução disse que as mulheres deverão cada vez mais ocupar altos cargos.

Olha-se para a Igreja e não se vê uma mulher no cimo, nem tão pouco ao lado. Agora “por baixo” há e tem havido aos milhares.

E chegado aqui dou a palavra a dois padres, a dialogarem dias depois da eleição do Papa Francisco.

- Então que te parece o novo Papa?

- Simpático, simples, popular.

- Achas que é desta vez que se vai resolver o problema do casamento dos padres?

- Hummm! Duvido muito. Lá para os nossos filhos ou netos, talvez…

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 10:06
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