Quinta-feira, 28 de Fevereiro de 2013

Miscelânea (ou talvez não)

 

Um destes dias, estava no meu momento cultural da manhã, (intervalo que vai de “depois da barba” ao “antes do banho”) quando vi esclarecer-se, nesta minha cabeça privilegiada, uma dúvida que a atormentava desde sempre.

(Para já, faço aqui um intervalo para umas divagações filosóficas).

 

Nunca percebi porque raio de coisas os ricos não podem ir para o céu. Se o porteiro fosse o Sr. Jerónimo de Sousa ou um amigo dele, eu ainda perceberia. Os porteiros das discotecas também não deixam entrar qualquer bicho careta. Mas o São Pedro não deixar entrar um gajo cheio de massa (pilim, carcanhol, o que quiserem – mesmo que na terra tenha vendido carne de cavalo por carne de vaca…), não me entrava no bestunto. Claro que Jesus Cristo, certamente tendo aprendido com o Sr. Jerónimo de Sousa, disse que “será mais fácil um camelo entrar no buraco duma agulha que um rico entrar no reino dos céus”. Para mim sempre me intrigou porque haveria de ter dito “camelo” e não boi ou vaca, cão Serra da Estrela, ou elefante. Ou mesmo um pinheiro, uma sequoia gigante, até uma simples macieira já com maçãs. À medida que fui enchendo a minha mala cultural arranjei uma razão de ser “camelo” e não outro animal ou árvore. O Homem vivia nas margens do deserto onde abundavam camelos. (Também aprendi depois que há camelos e muitos, sem ser nos desertos). É certo que Ele não disse que era impossível entrar, mas vamos ser práticos, um camelo, ainda por cima com duas bossas, como entraria no buraco da agulha (no cú da agulha, como Ele diria hoje)? Maneira airosa de não proibir, mas…

A “coisa” já seria difícil com uma enguia e uma agulha de dimensões normais. Agora com um camelo, um animal inestético, com tantos altos e baixos?

Analisando o assunto doutro ponto de vista também se poderia entender assim: a “vida” no céu é tão chata e tão “pobrezinha” que se os ricos entrassem à vontade, iriam subverter o ambiente e ainda acabava tudo num inferno divertido e sabe-se lá o que aconteceria aos anjos, arcanjos, serafins e virgens…

Então é melhor não os deixar entrar e para isso lançar mão da história do camelo.

A este propósito lembro-me dum filósofo que conheci na minha aldeia, que dizia que entraria “de caras” no céu, porque, (palavras dele), “nunca matei, nunca roubei igrejas, porrada qualquer um dá”.

(Fim das divagações).

 

Voltemos ao 1º período deste post, afinal a razão dele ser escrito.

O esclarecimento da minha dúvida sobre a razão do camelo e do buraco da agulha.

Simples, simples e claro como água e eu só agora fiquei esclarecido. “Camelo”, além de “quadrúpede ruminante que tem gibas sobre o dorso, também é “calabre” (e outras coisas que não interessam agora aqui). E “calabre”, como toda a gente sabe, é uma corda grossa, um cabo, uma amarra.

E agora tudo faz sentido na tal cabeça privilegiada, a que já fiz referência. Trata-se de fazer passar uma corda grossa por um buraquinho estreito. Já fazê-lo com uma linha grossa é difícil. Quanto mais com uma corda… Mas com uma linha grossa ainda a coisa vai, embora recorrendo a artifícios, tais como lamber a ponta da linha, “afiá-la” e com jeito e persistência… não há nada que não se consiga. E se a agulha ajudar (isto é, tiver um buraquinho um pouco mais largo) então até entra com facilidade.

E assim, direi eu agora, até um rico pode alcançar o reino dos céus…

 

Esclarecimento técnico: parece que a confusão nasceu logo no princípio: em grego as palavras kámelos (camelo) e kámilos (corda) são muito parecidas e bastaria o “i” estar mal feito para estabelecer a confusão. Por outro lado, em aramaico a palavra para designar camelo e corda é a mesma.

Este assunto vem sendo debatido há séculos pelos biblistas, nunca nenhum deles me explicou isto, daí a minha santa ignorância, até há poucos dias atrás.

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 14:22
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Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2013

A Raposa e o Zelador

 Acontecem coisas na vida dum carapau que nem uma sardinha enlatada consegue compreender.
Há uns meses atrás comprei “O romance da raposa”, do Aquilino Ribeiro, para oferecer. O livro foi escrito a partir de uma história que o autor contava ao filho e é uma “história para crianças”, se assim o podemos designar. Há uns anos atrás, eu já tinha oferecido o mesmo livro a outra pessoa. Desta vez, já depois de o ter comprado, ponderei melhor e acabei por o guardar por mais um tempo, pois achei que ainda seria cedo apara o oferecer. “Daqui a um ano” pensei eu na altura e guardei o livro na “biblioteca”. Há dias achei que era altura de o entregar “a quem de direito”, procurei-o e não o encontrei. A dita Raposinha era levada da breca, mas não tinha asas. Logo, voar não voou. Levei-o para algum outro sítio?

Puxei pela mona (mona é a cabeça do carapau, que muita gente “deita fora”) a ver se me lembrava de qualquer coisa e nada. O livro sumiu. Também não podia aceitar essa ideia e vá de virar a “biblioteca" do avesso à procura do bicho. Mas o bicho não apareceu, pelo menos até hoje. Nestas andanças de “procura aqui procura ali” acabei por me perder a desfolhar alguns livros que já li há muito e às tantas veio-me à mão um livro de contos de W. Somerset Maugham, já bastante antigo, e recordei-me de um conto muito conhecido dele. Desfolhei-o e reli-o. Este conto tem sido glosado em vários tons e circulam na Internet algumas adaptações do mesmo. À minha caixa do correio já veio parar uma dessas adaptações. Mas o conto original é a do autor inglês acima citado. É a história dum homem que era zelador duma igreja em Londres, que depois de uns anos de trabalho foi despedido, porque o novo padre “descobriu”que ele não sabia ler nem escrever. Na mesma tarde em que lhe comunicaram que não podia continuar a ser o zelador da igreja, o nosso homem deambulou pelas ruas, antes de voltar para casa, a pensar na sua nova situação. Às tantas deu-lhe vontade de fumar (habitualmente não fumava, mas em certas ocasiões apetecia-lhe uma “passa”) e procurou um local para comprar tabaco. Não encontrou nenhuma tabacaria nas redondezas e pensou que talvez fosse um bom sítio para instalar uma. Dias depois encontrou na zona um local apropriado para alugar, consegui-o e no mês seguinte já explorava a tabacaria. Algum tempo depois, vendo que o negócio era rendoso, pensou em montar outra. E poucos anos depois era dono duma rede de tabacarias por toda a Londres.

Um dia por semana fazia a “ronda” a recolher o produto das vendas e depositava-o no banco.

Um dia, já a conta estava elevada, o gerente do banco chamou-o e conversou com ele sobre o dinheiro que estava ali acumulado, sem render. O homem disse que não queria correr riscos e que não percebia nada de investimentos, ações, dividendos e coisas que tais e o gerente disse-lhe que o banco trataria disso tudo e de lhe administrar o dinheiro. Ele, o ex-zelador só teria que assinar os documentos. “E como saberei eu o que assino e se me estão ou não a enganar?”. “Lendo os papeis antes de assinar”- respondeu o gerente. “Mas eu não sei ler. Nem ler nem escrever. Só aprendi, e há pouco tempo, a fazer o meu nome”.

O gerente abriu a boca de espanto e fez esta observação: “Então quer dizer que desenvolveu esse importante comércio e juntou uma fortuna sem saber ler nem escrever? Meu Deus, que não seria o senhor agora se tivesse aprendido a ler e a escrever?”

Calmamente, com um sorriso nos lábios, o homem respondeu:

“Isso posso eu dizer-lhe: seria zelador na Igreja de St. Peter, em Neville Square”.

E foi assim que a minha perseguição à Raposinha finória me levou a reler e a contar a história do zelador.

Quanto à raposa fujona…lá terei de ir “abater” outra a uma livraria.

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 13:50
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Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2013

Oxígala

Suponho que a maior parte das pessoas sabe o que quer dizer a palavra oxígala (excetuam-se os que fizeram o corretor de Word, que assinalam como erro a palavra).

Está mesmo a ver-se, que sendo a sua origem grega, ela é formada a partir de oxýus (azedo) e gala (leite). Portanto oxígala não passa de leite azedo.

Há quem julgue que este blog, lá por ser dum Carapau, é uma peixeirada constante. Mas engana-se quem assim pensa. Estou farto de dizer que este é um blog sério, que trata de coisas sérias, ainda que às vezes não pareça.

E além do mais presta serviço público sem receber nada em troca, nem mesmo em troco.

Assim aconteceu ainda agora com a palavra que dá título a este post.

Tinha eu portanto o dicionário aberto entre a ovalização e a ozoterita (o ignorante do Word continua a assinalar estas palavras como erradas) para saber o que era um oxicrato, quando me perdi a ler algumas das palavras dessas duas páginas. E reparei que oveira tanto pode ser os órgãos genitais da galinha (cacarácacá cacareja a galinha para o galo, querendo dizer não metas o bico onde não és chamado), como pode ser a mulher que vende ovos. Tudo bem, não vejo grande problema nisso. Mas (há sempre um “mas” na vida duma pessoa) meia dúzia de linhas abaixo, os meus olhos caiem em ovém (ó vem ou não vem diria a galinha para a vizinha a propósito do galo) que é um termo náutico (eu fico sempre de boca aberta com os termos náuticos, porque alguns são tão bonitos como p. ex. “enora” (não, a galinha não quer dizer que aquela franganota não é nora dela, antes quer dizer para o galo que tem a sua (dela galinha) enora à sua (dele galo) disposição), pois enora, sendo um termo bonito, não passa do buraco por onde sai o mastro (suponho que também é o buraco por onde entra o mastro, já que ele não “nasce” dentro do barco)). Para quem esteja atento já verificou que enora não está na tal página dos “oo” em que me encontrava. Foi uma deriva minha.

Eu ia falar de ovém (uns ovem bem, outros ovem mal) que não é mais que “cada um dos cabos que aguentam os mastros para a borda, os mastaréus da gávea e os de joanete para os vaus de joanete, podendo ser singelos ou dobrados”.

E aqui é que radicam as minhas dúvidas. Será que este joanetes são os da oveira (mulher que vende ovos, como já vimos acima) ou de quem são então, se não forem os dela? Uma coisa é certa: sendo da oveira ou de outrem, há que optar entre os singelos e os dobrados. E isto levar-me-ia a uma velha anedota, se eu estivesse aqui para brincar.

A outra dúvida (eu não disse ainda, mas são duas as dúvidas) é porque razão são os cabos que “aguentam os mastros para a borda” e não os sargentos ou mesmo os oficiais de qualquer patente?

Patente ficou aqui provado que eu persigo sempre a verdade (não, ainda não fui acusado de perseguição) e foi isso que me trouxe a umas páginas do dicionário que me deixaram com mais dúvidas dos que as que tinha à entrada. Por isso vou sair, preciso de oxigénio para me oxigenar bem e recuperar do esforço que fiz com o fabrico deste post e logo na quarta feira a seguir ao Carnaval.

Espero no entanto que tenha sido útil para alguém que aqui venha na esperança de encontrar sempre razões para sair mais rico, linguisticamente falando. Mesmo que seja só a nível de ovos, oveiras, ovários e, muito importante, oxígala, que deu origem ao título. Já para não falar no oxicrato que, essa sim, foi a palavra culpada disto tudo.

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 13:58
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Quinta-feira, 7 de Fevereiro de 2013

Porcos...

 

Li na imprensa que “Bruxelas vai atacar o tratamento dos porcos em Portugal”. Depois de ler o artigo fiquei mais tranquilo pois parece-me que eu fico de fora. Sou um “lavadinho da silva”, tomo banho todos os dias (às vezes mais o que um), lavo os dentes, “amanho” as sobrancelhas, pinto a manta e porto-me bem. (Até parece que estou a redigir um anúncio para me comprarem…).

A verdade é que na mira da CE, desta vez, não estão os carapaus mas sim os porcos em todas as suas “variantes” (os propriamente ditos, mai-las marrãs (quer estejam secas ou grávidas), os varrascos e os leitões, quer sejam recém-nascidos quer já desmamados. As regras são exigentes e vão desde o tipo de pavimento das pocilgas até ás dimensões das mesmas e às áreas mínimas para cada porco (com licença da palavra, pedido que só agora me ocorreu e que deveria figurar logo no título).

Mas o ponto alto da notícia, para mim, foi este pedacinho de prosa, que transcrevo das “normas”.

“As novas regras visam garantir, por exemplo, a concretização dos “contactos sociais” que “as porcas estabelecem facilmente com outros suínos”, mas para isso precisam de “liberdade de movimentos e um ambiente variado”. Assim sendo “deverá ser proibido manter as porcas em confinamento contínuo”.

E mais não transcrevo porque já tenho aqui pano para mangas…

A minha primeira grande dúvida é porque razão só as porcas têm direito a conviver. E convivem com quem? Com as outras porcas?

E se assim for que fazem os porcos? Tornam-se mais porcos ainda ou só servem para o talho? E os varrascos (que são porcos com parafuso especial para poderem entrar nas porcas) como convivem? Ou só convivem com os tipos que lhes extraem o sémen para as porcas usarem nas suas “convivências”? Não vi resposta a estas questões.

Sinceramente não sei se alguma vez mais comerei uma fatia de presunto, uma rodela de salpicão, uma chouriça assada, uma linguiça que seja, sem me perguntar se o bicho-origem daquilo tudo teria convivido mal e porcamente com outros e outras, ou se teria estado sempre confinado.

Já não falo nem das papas nem do arroz de sarrabulho, em que o sangue foi “sacado” ao bicho sem lhe ter sido dado a liberdade de escolha. E os pezinhos de porco de coentrada? Sim, por onde teria andado o sr. Porco? Onde teria ele posto os pés enquanto andou por este mundo? O pavimento respeitava as normas europeias ou o grande porco andava descalço a pisar a merda dele e a dos outros (com novo pedido de desculpa pelo emprego desta linguagem tão técnica)?

E a beiça? Terá o bicho convivido de acordo com as normas? Terá ele/ela estabelecido contacto fácil com outros/as? 

E quem diz beiça, diz orelheira. O bicho lavava as ditas com frequência numa casa de banho apropriada? E metia ele a beiça nalguma orelheira alheia? (Sim, porque na própria é um bocado difícil, ainda não há “norma” para isso).

E, (oh heresia das heresias, eu vou agora escrever), e as tripas? Sim as tripas “à moda do Porto carago”. Como vamos saber o que o bicho fazia com as tripas. Faria ele das tripas coração? Se sim, como ficaria ele com o coração? Será que as tripas, esteja ele “confinado” ou a “conviver” não pertencerão sempre ao sistema geral de esgoto do bicho? E quando ele “necessita” (isto é, faz as suas necessidades) o faz com higiene e alguma elegância no gesto? Ou é “por aqui me avio” e fica assim a modos que com o rabo pouco limpo (e aqui entraríamos no caso do rabo, tão usado por cá no cozido. A propósito: porque se escreve cozido e não cuzido?).

Claro que eu já nem falo no lombo, nas costelas (ou costelinhas, piano ou mesmo saxofone…) porque então as perguntas seriam mais que as “normas”. Só para dar um exemplo: será que alguém (e este “alguém” pode ser um igual ou um diferente) terá passado a mão pelo lombo do bicho?

 

 Quando iniciei este post era para o “levar” para outra direção. O tema no entanto tomou conta do rumo e vim dar aqui a este beco sem saída. Ou melhor, tenho a saída mesmo aqui à minha frente, é só pôr um ponto final.

(Já está).

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 14:22
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