Quinta-feira, 24 de Novembro de 2011

Comemoração

                                                                                                          

Este é o post número duzentos. Por isso tenho um osso bem difícil de roer e pressinto um trecho muito difícil de escrever. Primeiro, porque pretendo que ele fique legível e compreensível; segundo, porque o quero único, logo irrepetível.

O primeiro período deve ser sempre o exemplo do que se segue e deste modo bem posso dizer que o consegui.

O pior, por ser difícil, é seguir este rumo de um modo lógico, seguro e que desperte o mínimo interesse.

Porque neste momento espero que um ou outro se interrogue sobre o objetivo do post. E é previsível que um ou outro vislumbre o que pretendo, escrevendo-o deste modo. É isso mesmo…

Por isso, o repto que se segue é que outros tentem um texto com o mesmo pressuposto, pois só desse modo é possível sentir os espinhos que se escondem num empreendimento deste tipo.

Um osso, pelo menos um, roí eu em conseguir este objetivo, pelo menos nestes primeiros dezasseis riscos, se é permitido exprimir-me deste modo.

E posso dizer que cheguei onde me propus, pois o texto tem, neste momento, um corpo suficientemente desenvolvido.

Termino dizendo: o primeiro símbolo do conjunto de vinte e seis de que nos servimos, no nosso escrever corrente, com o objetivo de nos fazermos entender, foi o símbolo que esteve excluído deste post. Esse foi o objetivo que me propus conseguir. E se bem o prometi, melhor o cumpri.

 

Que símbolo? Este, o A, que esteve excluído de todo o texto e é o número um no português.

                                                                                      -o-

 

EXTRA:

A pedido feito, num comentário ao post anterior por uma comentadora, apresenta-se excecionalmente um auto retrato do autor do blog. Não a tinta da China como era quase exigido, mas a lápis..

  

                          

 

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 18:01
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Quinta-feira, 17 de Novembro de 2011

Ainda os pintores e as pinturas

Como referi no post anterior, umas das pinturas célebres de que Picasso fez mais paráfrases foi a partir da obra “Las meninas” de Velásquez. Para além de ter feito um quadro réplica do original, mas com a sua interpretação, fez sobretudo quadros baseados nas figuras que compõem o quadro original. Foram portanto “variações” sobre parcelas do quadro original.

Não vou aqui contar o que representa o quadro de Velásquez, isso pode ser encontrado em qualquer local, nem vou pormenorizar muito as dezenas de paráfrases que Picasso fez. E que pintou duma maneira contínua e até obsessiva durante um certo período de tempo, de tal modo que até deixou a sala que habitualmente lhe servia de atelier na sua casa de Cannes e se refugiou no sótão, fora do barulho e movimento da casa. Aqui, onde assentou arraiais durante uns 4 meses, pintou tudo ou quase tudo o que fez relacionado com “Las meninas”. Acontece que as pombas do pombal eram visitas habituais e então Picasso, pelo meio dos quadros sobre “Las meninas” também pintou uma série deles tenho como motivo as pombas, com o jardim o céu e o mar que avistava da janela.

E agora vamos a alguns dos quadros.

       

        1 – O original: “Las meninas” de Velásquez, de 1656 e que pode ser visto no Museu do Prado, em Madrid.

 

 

       

        2- A versão de Picasso, de 1957, que está no Museu Picasso de Barcelona, onde pode ser visto com uma série de pormenores a partir do mesmo quadro original.

 

                                           --o--

 Tenho uma série de esboços meus sobre o quadro original do Velásquez para também eu tentar fazer umas habilidades, mas nunca passei dos esboços pelo que não os apresentarei.

O que fiz, isso sim, foi algumas “interpretações” dos quadros parciais do Picasso, assim como dos das pombas. São esses que apresento a seguir.

 

 

          

       3- Cá está uma “variante” minha sobre um das dezenas que Picasso pintou sobre uma “parcela” de “Las meninas” (canetas de feltro sobre papel).

 

        

       4- E um exemplar dos quadros sobre as pombas (caneta de feltro sobre papel).

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 17:56
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Quinta-feira, 10 de Novembro de 2011

Almoço na relva

Hoje convido os visitantes do blog para um almoço especial, na relva. Assim uma espécie de piquenique em que cada qual está à vontade, sentado, de pé ou mesmo deitado, trajado a rigor, com traje “campero” ou mesmo nu.

Ora vamos então à “comidinha”.

“Le déjeuner sur l’herbe” (“o almoço sobre a relva” ou “o almoço na relva”) é uma conhecida pintura de Édouard Manet, de 1863.

Diz quem sabe, que esta obra de Manet já era uma “imitação” feita a partir de vários outros modelos, como o “Concerto campestre de Giorgine e com um pormenor de uma gravura de M. A. Raimondi, esta a partir de uma obra de Rafael.

Trata-se portanto de um “Almoço” com história. Mas não fica por aqui, pois ainda falta um prato e a sobremesa. Um prato é só uma maneira de dizer, pois Picasso, a partir do quadro de Manet fez nada mais nada menos que 27 pinturas, ditas paráfrases. Aliás Picasso fez muitas mais paráfrases a partir da pintura “Las meninas” de Velásquez (cerca de 50 paráfrases e cerca de 150 estudos e desenhos) e também a partir de obras de outros pintores.

As 27 paráfrases que Picasso pintou a partir do “Almoço” foram feitas entre 1959 e1962.

Uns 40 anos mais tarde, eu que sou fraco imitador, mas só tento imitar os maiores, também “armei” em Picasso e fiz duas paráfrases (quem havia de dizer que eu um dia ia fazer uma coisa destas!). Assim, com canetas de feltro sobre papel fiz uma “obra” a partir do original do Manet e outra a partir duma paráfrase do Picasso sobre o mesmo almoço.

De seguida apresentarei a “ementa”, que a conversa já vai longa.

     

     

 ENTRADA: “Le Déjeuner sur l’herbe” de Édouard Manet, pintado em 1863 e que escandalizou muito boa gente porque as senhoras estão despidas e os senhores estão vestidinhos. (As mulheres sempre foram muito mais encaloradas…)

 

 

    

    1º PRATO: uma das 27 paráfrases que Picasso pintou a partir do original de Manet.

 

               

    2º PRATO: uma outra das 27 paráfrases que Picasso pintou a partir do original de Manet.

 

   

     A FRUTA: (com bicho) servida pelo autor do blog, a partir do original e feita com canetas de feltro sobre papel.

 

 

   

  O DIGESTIVO: Paráfrase da paráfrase do Picasso, feita pelo artista de serviço do blog (guache sobre papel).

 

Nota final: Só respondo pela “qualidade” da fruta e do digestivo. Há livro de reclamações.

Depois disto, quem quiser dar uma volta pelo bosque, faça o favor…

 

Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 12:49
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Quinta-feira, 3 de Novembro de 2011

E agora?

                               

                                        Tens cá uns glúteos…

 

Com este título as pessoas podem pensar que irei falar na crise, nos impostos, nos cortes, nos “istos” e nos “aquilos”.

Mas desenganem-se, porque vou falar de coisas muito mais importantes, a saber: futebol, véus, rabos e apalpões, assim mesmo, tudo à molhada.

Numa altura em que tudo vai de mal a pior e em que ninguém é capaz de dizer como será o dia de amanhã, nada como um véu para velar a crueza da realidade. E nada como falar de futebol para, como todos nós sabemos de há muito, distrair as atenções das coisas chatas da vida.

E quanto a rabos, rábanos e rabanetes todos temos uma ideia, pelo menos aproximada, para que servem.

Temos? Aqui é que a porca torce o rabo (o dela evidentemente, de tal maneira que até consegue fazer um anelzinho com ele).

Mas desenganem-se se julgam que isto aqui é o da Joana e que, a julgar pelo que já ficou escrito, o post vai enveredar pela pouca vergonha (ou mesmo nenhuma…), de que a maioria das pessoas já está à espera. Tirem o cavalinho da chuva (e como ela tem caído hoje!) que a coisa fia mais fino.

Tão fino como são os delicados véus que as mulheres muçulmanas têm de usar, para respeitarem os bons costumes, as tradições e a religião.

(“O que por aqui vai…” pensarão os que conseguiram chegar até este ponto).

Ora é agora mesmo que as coisas começam a fazer sentido.

No Irão (a antiga Pérsia lembram-se? “O Xá da Pérsia está morto// Morreu com uma indigestão// E o vulcão Popocatepetl**//Entrou em erupção”), pois no Irão, como ia dizendo, “dois jogadores de futebol foram suspensos por tempo indefinido, por terem cometido “atos imorais” na comemoração de um golo!

Os “atos imorais” têm a ver com o facto de um dos jogadores ter apalpado o rabo a um outro, no entusiasmo da comemoração. Além de não poderem jogar futebol durante um certo tempo, ainda foram multados monetariamente. Eu não tenho o hábito de ver a TV iraniana, que até deve ter muito interesse (…) e portanto não “assisti” à cena. Mas não devo andar longe da verdade se disser que aquilo não deve ter passado duma palmada no rabo, acompanhada de qualquer coisa como “ah grande rabeta que tu me saíste, para conseguires marcar um golo daqueles!”. Ou então: “só alguém com uns glúteos assim consegue imprimir tanta velocidade à bola, que o guarda-redes nem a cheirou”.

Não contentes com isto, a seleção feminina de futebol, também do Irão, não vai poder ir ao Jogos Olímpicos, porque num jogo que teria de fazer com a Jordânia, tentou jogar com o véu islâmico e a FIFA não autorizou. E neste caso eu até acho bem. Calculem a guarda-redes com um véu a dificultar-lhe a visibilidade. Levava tantos golos que as adversárias passariam o tempo a apalpar os rabos umas às outras para comemorarem os golos. E se a Jordânia usasse do mesmo critério de castigar as suas jogadoras, ficava sem equipa. Portanto seria beneficiado o infrator (o Irão). Perceberam a coisa? Se não perceberam fiquem calmos, porque eu não volto a explicar, pois já não estou para corrigir isto.

Só mais uma informação: a Federação de futebol iraniana também tem tentado impor regras rígidas no que diz respeito à linguagem dos jogadores e do público, ambas consideradas como “atos imorais”.

Aqui eu acho que eles não estão a ver bem o problema. Se um gajo vai ao futebol e não pode chamar filho da puta ao árbitro, que vai lá fazer?

Vão acabar com os estádios vazios. Bem feita!

(Este post também será um “ato imoral”?)

 

**Nota final: para as pessoas que por acaso aqui vieram e tiverem a paciência de ler isto até ao fim e para não darem como perdido todo esse tempo, aqui fica esta informação que lhes fará muito jeito. O vulcão Popocatepetl fica no México, próximo da capital. E perto também fica o Iztaccihuahtl.

Digam lá agora se não valeu a pena terem vindo aqui ao blog?

 

 Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.        

publicado por Carapaucarapau às 21:47
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