Quarta-feira, 30 de Setembro de 2009

Gente (III)

 

 

 

 

É mais uma pequena homenagem a uma pessoa, com quem me cruzei na vida e, por razões que ele lá saberia, me considerava um amigo.

 

Daniel

 

Quando eu o conheci andava ele pelos sessenta e eu, pela idade, quase  poderia ser neto dele. Quando um dia lhe disse que estava quase a reformar-se, respondeu que nem pensava nisso e que ia trabalhar até poder.

Tinha ficado viúvo há pouco tempo, mas já se correspondia com uma mulher solteirona e um pouco mais nova que ele, com quem aliás algum tempo depois se casou. Ele dizia que as mulheres eram a sua perdição.

Tinha passado a maior parte da vida a trabalhar no campo, sabia tudo de agricultura e de animais, mas um belo dia deixou isso tudo e foi trabalhar para uma empresa industrial. Nunca me explicou a razão disso, suponho que foi por um melhor (pouco melhor, direi eu) ordenado e talvez por um horário de trabalho mais curto.

Foi aí que as nossas vidas se cruzaram. Um dia ele foi encarregado de chefiar uma pequena equipa para realizar uma determinada tarefa de que eu era o responsável. Do trabalho que havia a realizar eu sabia a teoria e ele nem a teoria nem a prática. Nem nunca na vida lhe tinha passado pela cabeça tal coisa. Os primeiros dias foram complicados com ele a fazer-me frequentes perguntas sobre o “passo seguinte”. Tive de refazer tudo para tornar as coisas possíveis de ele entender. E depois, durante os meses que durou o trabalho (trabalho original, diga-se de passagem) nunca mais teve dúvidas e a tarefa foi executada com a mesma simplicidade com que sempre plantara couves ou mungira as vacas.

Com ele aprendi esta lição: só quem não sabe as coisas é que as complica. Daí para a frente tive sempre presente esse episódio. Fiz os possíveis para simplificar sempre tudo o que fazia.

Passaram depois alguns anos em que tínhamos contacto quase diário. Trabalhávamos os dois na mesma empresa e por várias vezes, ao fim do dia de trabalho, lhe ofereci boleia para o regresso a casa. Eu nem tinha que fazer nenhum desvio, a casa dele ficava na minha rota. Só excepcionalmente aceitava (ou porque tínhamos saído mais tarde, ou porque estava a chover torrencialmente, ou coisa parecida).

Entretanto os anos foram passando e o Daniel estava quase a atingir os setenta, data que veio a impor a si próprio para deixar de trabalhar. Um dia, numa das últimas ofertas de boleia que lhe fiz, perguntei-lhe a razão porque ele quase nunca aceitava as minhas ofertas de transporte.

O Daniel olhou para mim, encolheu os ombros, acabou de fazer o cigarro de onça que usava, acendeu-o e saiu-se com esta:

- Vou-lhe então dizer. Ali na fábrica ao lado, trabalham umas centenas de mulheres e raparigas, como sabe. Eu então gosto de fazer estes dois quilómetros, daqui até à vila, a pé, atrás delas a ouvir as conversas e a olhar-lhes para as pernas e para os rabos. Há cada mulherão… e assim nem dou pelo caminho. Pronto. É por isso que quase nunca aceito a sua oferta. Agora não vá dizer nada disto aos outros senão eles gozam cá com o velhote e eu não me quero chatear com ninguém.

Soltei uma gargalhada, olhei para ele ainda a rir e disse-lhe que lhe faziam muito bem aquelas caminhadas diárias (de manhã ele fazia, nas mesmas condições, o trajecto de vinda para o trabalho) e segui o meu caminho sozinho.  

E assim foi sempre até ao último dia em que trabalhou.

No entanto, depois de reformado, e por diversas vezes, dei com ele a andar atrás dos grupos de operárias, certamente a “ouvir-lhes as conversa e a olhar-lhes para as pernas”, como a mim me tinha contado.

Até que a partir de certo dia… elas perderam, talvez sem sequer o saberem, aquele velho admirador…

 

  

publicado por Carapaucarapau às 12:43
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Quarta-feira, 23 de Setembro de 2009

Última hora!

                                                 

                         A Navalheira (aqui travestida de caranguejo para não ser reconhecida)

 

 

 

Dentro de poucos minutos a notícia cairá como uma bomba!
Televisões, rádios e jornais gritarão ao mundo a “última”!

O partido da Carapausada, previsível vencedor das eleições, foi afastado da corrida!

O Tribunal Tradicional, acolhendo a queixa de uma navalheira, que diz não ter sido convenientemente comida, retira à Carapausada a possibilidade de continuar na corrida. Diria, melhor, no passeio que tem sido esta campanha, tal a aceitação que temos tido.

Para a história fica o facto de pela 1ª vez o sistema de justiça ter tomado uma decisão, o que desde já nos leva a crer que é uma decisão injusta (porque parece ter sido feita a pedido…), apressada (porque mal estudada) e com muitas falhas (porque isso convém ao sistema). Para além do mais (se é que são precisas mais provas) não fomos tidos nem achados e não nos foi dado o direito de defesa, que seria feito sobretudo com centenas ou mesmo milhares de depoimentos de navalheiras que nunca tiveram razão de queixa da maneira como ao longo do tempo tem sido degustadas.

 

Para além de termos reclamado a nossa inocência e de termos apresentado já provas de que a referida navalheira se encontra a soldo de interesses que se conluiaram para nos pôr fora da corrida (que inclusivamente tinham espiões dentro do nosso partido e que procediam a escutas, como havemos de mostrar em devido tempo), já apresentámos a nossa reclamação junto do Tribunal Internacional do Deixa Andar, ainda que saibamos antecipadamente, que qualquer resultado do nosso recurso não vai ter consequências práticas e não chegará a tempo, como convém aos nossos adversários.

Deste modo, e uma vez mais, as forças ocultas, que desde sempre nos asfixiaram, não permitiram que uma lufada de ar fresco, melhor diria, de água fresca, viesse refrescar a nossa sociedade e sobretudo aqueles que contavam já com o mel e o leite que tínhamos prometido.

Numa investigação rápida que fizemos, ficamos a saber que a referida Navalheira, que não passa afinal duma pobre navalheira a quem já falta uma pinça (por isso tinha sido rejeitada pelo Carapau, que gosta de se sentir apertado). No entanto, este teve o gesto magnânimo de lhe prometer uma prótese para poder continuar a dar à pinça, como tanto gosta. Afinal os nossos adversários políticos (e autênticos exploradores do “nosso povo”- esta do “nosso povo” fica sempre bem…), tiveram acesso aos mails trocados entre o Carapau e a Navalheira e a partir daí pressionaram-na, e  com a promessa que lhe fizeram de a mandar operar no estrangeiro (Cuba, ao que soubemos) de modo a tirarem-lhe a única pinça que ainda conserva e depois colocarem-lhe duas próteses, que lhe permitiria ainda vir a tocar castanholas e a dançar o flamenco (ela é doida por isto), conseguiram deste modo que a pobre apresentasse uma queixa, que forjaram, ao tribunal.

Uma coisa, porém, podemos afirmar: daqui para a frente não escapará nenhuma navalheira por mais defeitos físicos que tenha!
E o “nosso bom povo” pode ter a certeza que em próximos combates eleitorais cá estaremos de peito feito para todas as lutas!

Pelo futuro de todos nós, não votaremos, mas VOLTAREMOS!!!

Só para verem como a coisa foi premeditada, aqui deixo a prova. Há mais de um século já, alguém escrevia (a propósito do que aconteceu agora…)

 

*«Um povo (…), humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando (…)

*Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo (…)

*Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo (…)

*A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; (…)

 

Aqui estão as razões do afastamento da Carapausada das eleições.

Anteviu a situação Guerra Junqueiro, o tal de Freixo de Espada à Cinta, já lá vai um século. Agora digam lá se não estava já tudo previsto!

O Carapau, vivendo aqui na caverna, de certa maneira protegido dessas aldrabices, tem muita pena dos que vivem à superfície e aos quais costumo chamar de verdadeiros mexilhões. Por outras palavras e sintetizando: estais tramados**.

** Esta expressão é por aqui muito usada e aplica-se quando os pescadores apertam a malha (trama) das redes, de modo a que nem os jaquinzinhos recém-nascidos escapem.

Aí em cima o vosso problema  é outro e podeis saber exactamente a vossa situação se forem aqui-

 




 

 

publicado por Carapaucarapau às 22:43
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Quinta-feira, 17 de Setembro de 2009

E o futuro?

                                                          

 

Esta fotografia é do cemitério militar norte americano em Colleville-sur-Mer, na Normandia, onde estão enterrados milhares de soldados americanos, mortos durante a Segunda Guerra Mundial, que provocou 70 milhões de mortos e que começou no dia 1/Set/1939, fez há dias 70 anos.

Não tem nada a ver com este post, ainda que o futuro, mais que certo, do Carapau possa passar por aqui e que lá para o final do post se possa arranjar um ponto de contacto.

Para já, fica aqui registada a efeméride.

 

E o futuro?

(E aqui já entramos no post propriamente dito).

Pois é verdade. Ainda nem fui eleito, mesmo que todas as sondagens, estudos de opinião, palpites, desejos, macumbas, orações, promessas e desejos apontem nesse sentido e já ando a pensar no que será o meu futuro depois de acabar a legislatura (a minha).

Sendo certo que não voltarei a recandidatar-me, apesar do sucesso que irá ser o meu mandato, tenho de pensar no futuro.

Para isso já ando a deitar os olhos aí para uns possíveis “locais de sobrevivência” qualquer coisa que não dê trabalho mas que renda o mínimo para um Carapau como eu não passar dificuldades (um exemplo de passar dificuldades é um tipo querer fazer uma omeleta e descobrir que não tem ovos. A propósito, já uma vez tinha a frigideira ao lume quando descobri que não havia na caverna nem ovos nem ovas, bati à porta da vizinha, ela foi muito prestável e veio dar-me dois, com os dois demos duas de conversa, patati patatá, quando dei por ela tinha-se queimado a frigideira e ela voltou para casa com os ovos, para não perder tudo…).

Vinha isto a propósito…? Ah! Já sei! De não passar problemas depois de terminar o mandato.

Já falei com o Mexilhão que superintende na Electricidade de Todos Nós e já me garantiu um lugar de Assessor Especial para as Trocas de Fusíveis, coisa que não é má de todo, se eu conseguir mais três ou quatro no género.

Por isso também tive uma conversinha com o manda-chuva da Sea Telecom que, em troca de eu o manter no lugar, me garante uma Assessoria Extraordinária para a Área dos Contactos com o Desconhecido (tudo em fibra), coisa bem rendosa e de pouco trabalho, porque ainda ninguém conheceu ninguém.

Também a Gás Pitrolium me garantiu uma confortável cadeira (e sem a obrigatoriedade de a utilizar) para ser o Grande Observador das Trocas e Baldrocas das Energias Fósseis e em Vias de Fossilização,onde irei observar muito boa gente que por lá anda ao mesmo…

O Cofre Geral para Depositar as Nossas Economias, também tem um lugar à espera que eu resolva a vida, e o Banco de Jardim, aliás ex-Banco de Jardim, aliás Banco de ex-Jardim, aliás ex-Banco de ex-Jardim, aliás Banco de Jardim… também me garante as portas abertas para Observador Bem Posicionado para a Arbitragem Final…

Enfim…estou a compilar todas as propostas, mas também estou ainda na dúvida se não optarei por um lugar num Organismo Internacional como Legitimo Representante do  Jardim (não confundir com o do Banco atrás citado) à Beira Mar Plantado. Tinha garantido o lugar para Inspector-Geral para o Observatório das Pandemias que atingem sobretudo os Povos em vias de Extinção, mas acho que era muito descaramento da minha parte aceitar um lugar desses. Não estou ainda propriamente em fim de carreira…

Também um lugar num Organismo Internacional com sede em Paris está debaixo de olho, mas já me informaram que há mais futuros ex-políticos que andam ao mesmo e que portanto é feroz a concorrência. No entanto não é ainda de descartar.

 Enfim…ainda aguardo mais algumas propostas. E até aceito sugestões.

Uma coisa eu sei que não quero ser. Isso é ponto mais que assente, ainda que tivesse muitas hipóteses de ficar com o lugar: é ser coveiro na cidade de Lisboa. Não é que o lugar não possa ter os seus encantos, quando o funeral é de alguém que… (enfim não ponho mais na carta), mas sim pelo trabalho e pelos conhecimentos que é preciso ter.

Apreciem só:

No Aviso simples da pág. Nº…, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de 450 euros mensais.
Método de selecção:
Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:
1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.
Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações,
exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários. Por fim, o funcionário tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais. Os cemitérios fornecem documentação para estudo. Para rematar, se o candidato tiver:
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades
físicas e psíquicas do Candidato.

 

Ainda bem que não são precisos conhecimentos de Física Atómica na vertente virada para o aproveitamento das energias fósseis a partir dos cemitérios, nem de Física Quântica, nem mesmo das Matemáticas de Boyle na vertente virada para a Estatística… ainda que o candidato com estas habilitações somasse mais meia dúzia de pontos…

 

Se falharem os Organismos Internacionais Com Algum Interesse, parece-me que me vou ficar pelas Assessorias. Sempre fui modesto: 5 ou 6 devem chegar…

publicado por Carapaucarapau às 10:42
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Quinta-feira, 10 de Setembro de 2009

Campanha pré-eleitoral

 

Pois é verdade!

Depois da apresentação do programa eleitoral feita no post anterior, a carapausada já entrou em campanha eleitoral, chamada por enquanto de pré-eleitoral.

Para não defraudar as espectativas e uma vez que a promessa de fundo do programa é distribuir leite e mel a toda a gente, a comissão eleitoral do Carapau resolveu abastecer desde já toda a gente com açorda, ou melhor, com uma receita de açorda, tendo sempre presente aquele príncipio de que é melhor ensinar a pescar que dar o peixinho já pronto. (Esta piada não fica bem aqui no blog do Carapau, mas é para toda a gente perceber...)

Portanto, mãos à obra e vamos à açorda!.

 

 

 

      

Açorda à portuguesa

 

Pão de trigo sem ter sombra de joio,

Azeite do melhor de Santarém,

Alho do mais pequeno e do saloio.

Ponha em lume brando e mexa bem.

 

Sal que não seja inglês, que é remédio.

Toda a criança assim alimentada,

 É capaz de deitar abaixo um prédio....

Quatro meses depois de desmamada....

 

Com este bom pitéu, sem refogados,

Invenção puramente lusitana,

Os ilustres varões assinalados

Passaram ‘inda além da Taprobana......

 

Fortes pela açorda, demos nós aos mouros,

Como se sabe, uma fatal derrota...

E abiscoitámos majestosos louros...

Para os nobres troféus de Aljubarrota...

 

É  um ponto de honra desta comissão  não enganar o respeitável eleitorado. Por isso aqui se declara que o Carapau não é o autor desta receita tão bem rimada. Não é o autor e não sabe quem  ele seja. Mas é com certeza alguém que vai votar no nosso programa . (Aqui para nós é bem capaz de não ir votar porque me parece, pelo estilo, que já deve estar a fazer açorda prós peixinhos... (Outra piada politicamente incorrecta...))

publicado por Carapaucarapau às 01:13
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Terça-feira, 1 de Setembro de 2009

Programa eleitoral

 

 

“Elas” estão aí à porta e a carapausada reuniu-se em assembleia, alargada a outros peixes independentes que também querem comer umas navalheiras sem se comprometem (na esperança de um dia também poderem comer amêijoas, ou ostras ou mesmo mexilhões, mantendo sempre a “nobreza de carácter” dos “independentes”), para discussão e elaboração do nosso programa.

A discussão só não foi acesa porque aqui é difícil acender o lume e alimentar a chama e também porque ninguém quer ficar mal visto, não vá ficar fora das listas, seja lá isto o que for.

Depois de muita peixeirada (nem outra coisa era de esperar) de muitos arranjos e re-arranjos lá se chegou a um “memorando de entendimento”, o que quer dizer que todos ficaram lixados com todos, mas fazendo o possível para não o darem a entender, sempre com vista a “uma vida melhor”.

Enfim lá se terminou o nosso programa, que agora aqui vou apresentar nas suas linhas mais gerais.

As quatro linhas principais vão ser a do Norte, a do Sul, a da Beira Alta e a da Beira Baixa (com forte contestação dos da linha de Cascais que achavam que a deles devia ter prioridade. Os das outras linhas calaram-se, na esperança de virem a ser beneficiados com o TGV -Todos Gostam de Vetar - mas vão-se lixar porque não vai haver disso para ninguém. Aqui não há direito de veto).

Outras linhas que estão no programa, a que poderemos chamar de “ramais” são, a saber:

·        Ramal de apoio social: será distribuída diariamente uma ração de leite e mel a quem provar que não tem abundância disso lá em casa. Para o efeito serão feitos contratos promessa com várias colmeias e com algumas reconhecidas vacas da nossa praça.

·        Ramal de apoio aos que trabalham: vamos garantir a todos os que ainda trabalham, bilhetes de ida, em classe turística, para qualquer parte do mundo, de modo a que não tenhamos dentro de portas maus exemplos. A quem não aceitar estará garantida a prisão por períodos de 6 meses, renováveis por iguais períodos até atingirem a idade de reforma (altura a que passarão a ter direito às regalias do ramal anterior).

·        Ramal de apoio aos que passam a vida a polir esquinas: serão garantidas esquinas ainda virgens (já temos contactos com algumas remotas ilhas da Polinésia para o efeito) de modo a que não falte nada a ninguém.

·        Ramal de apoio à terceira idade: todos os que se aguentarem nas canetas terão direito à quarta idade, mesmo aqueles que já são da idade da pedra lascada.

·        Ramal de apoio aos jaquinzinhos: nova legislação com a malha mais apertada de modo que só possam ser comidos quando o declararem (este ponto foi muito discutido porque havia os que os queriam com açorda e outros com arroz de tomate. Perante as posições irredutíveis destes dois grupos, ficamo-nos pela malha…)

·        Ramal de apoio à mulher que não consegue apanhar um homem: serão fornecidos “laços” especiais e haverão sempre por perto pelo menos duas das que já não consigam aguentar os que lhe saíram na rifa. Promoveremos deste modo a rotatividade, a contento das partes, para que as todas as partes fiquem consoladas.

·        Ramal de apoio aos homens que queiram desistir de o serem: na medida do possível, podendo inclusivamente ter de se recorrer à importação (de onde, é um problema que só com o tempo poderemos resolver), vamos fazer o possível para lhes fornecer o “mel e o leito” necessário a fim de não se verem obrigados a recorrer às praias, parques e outros locais menos seguros.

·        Ramal de apoio a todos os outros necessitados: um passe para poderem viajar no ramal do Seitil (para quem não conhecer recomendamos que se informe aqui).

 

Estes alguns dos pontos desenvolvidos no programa e que aqui deixamos só à guisa de exemplos.

Bem o poderemos afirmar, vai haver de tudo para todos e tudo do bom e do melhor.

Portanto…

 

Nota final: escusado será dizer que tudo isto é muito trabalhoso e dispendioso, pelo que, uma vez que não temos uma quinta à medida para fazer “aquela festa” para recolha de fundos, nos vemos obrigados a apelar para a melhor boa vontade dos nossos amigos-camaradas-companheiros no sentido de nos fazerem cá chegar “ao fundo” os fundos possíveis (aceitamos tudo desde dinheiro a “coisas”; aceitamos mesmo qualquer coisinha desde que (ainda) em bom estado).

 

publicado por Carapaucarapau às 01:10
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