Segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008

O espelho

 

 

- Estamos a chegar ao fim do ano.

- É verdade. Tempo de balanço.

- Eu não balanço.

- Baloiças?

- Balanceio.

- Aqui?

- Não, aqui.

- Mas aqui, não é onde estás?

- Não. Eu estou aqui, o teu aqui é ali.

- Ali é onde estás tu.

- Não. Eu estou aqui.

- És teimoso?

- Eu sou teimoso?

- És.

- E tu?

- Eu não.

- E como é que eu sou teimoso, se tu não és teimoso?

- Não sei. Tu é que deves saber.

- E saberei?

- És bem capaz de saber.

- Estás a ficar chato.

- Sempre fui chato.

- Há outros que não são chatos.

-Pois há. Mas esses deformam.

- E tu formas?

- Nem formo nem deformo, porque sou chato.

- Além de chato estás a ficar velho. Com rugas.

- Eu?

- Sim. Já deformas tudo.

- Tens a certeza?

- Tenho.

- Então por que te ris?

- Cá por coisas…

- Também me rio quando te ris.

- Eu sei. És um macaco de imitação.

- Então por que não me substituis?

- Substituir-te para quê? São todos iguais…

- Também substituis o rolo de papel de vez em quando por outro igual.

- Isso é outra coisa.

- Grande novidade me dás.

- Onde foste, que não te vejo?

- Chega-te mais para a direita que já me vês.

- Ah! Estás aí.

- Sempre no meu posto.

- Até um dia…

- Vais mudar-me?

- Nunca se sabe, “todo o mundo é composto de mudança”.

- Ena!

- Ena o quê?

- Nada. Tu sabes.

- Sei pouco. Sei que o ano está a acabar.

- Antes o ano que eu.

- E que eu.

- E que nós.

- Seja.

- Sempre fazes o balanço?

- Acho que o perdi.

- O balanço?

- Sim.

- Então se o perdeste é porque já o fizeste…

- Se tu o dizes…

- Só digo o que disseres…

- Quem és tu afinal?

- Ora…

- Ora?

- Pois, ora…

- Quando te faço perguntas não respondes.

- E o rolo de papel responde?

- Deixa o rolo em paz. O rolo é novo ainda não aprendeu nada.

- E eu já?

- Espero que sim.

- Espera sentado.

- Sentado não me vês.

- Nem tu a mim.

- És muito espertinho…

- Acabaste de dizer que não sou…

- Estava a brincar contigo.

- E eu contigo.

- Está a ficar tarde, perdi muito tempo aqui a falar…

- E eu também…

- Vou embora.

- Eu fico.

 

Notas:

1º- O Carapau garante que está tudo bem. Ainda não foi desta que ele desmiolou, ainda que pareça, aqui e ali…

2º- Com o aproximar de nova “campanha de arrasto”, aproveito para (em meu nome, em nome da Ostra, do Pregado, dos Jaquinzinhos, da Solha Zarolha, das Navalheiras, da Prima, das duas Micas, do Bill Gatos, do cão Petrarca e da cadela ,salvo seja, Marilyn, e de outros, que lá por não serem nomeados não são menos importantes), fazer votos para que o Novo Ano seja, no mínimo, bom.

       

 

 

publicado por Carapaucarapau às 13:36
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Terça-feira, 23 de Dezembro de 2008

Presentes de Natal

 

Ao longo dos tempos muitos são os que tem recebido presentes, muitas vezes mesmo fora da época natalícia, afinal os que sabem melhor e fazem menos mal, porque em geral tem menos açúcar. Outros recebê-las-ão este Natal e outros ainda as hão-de receber um qualquer dia…

Aqui ficam os presentes de Natal oferecidos pelo Carapau, nestes tempos de crise:

- Á Ostra (a vaidosa) uma pérola nova para substituir a que o Lagostim roubou.

- Ao Carapau, um kit com várias prendas, a saber: um jogo completo de escamas, pois está a ficar escamado com certas coisas; uma dúzia de navalheiras “Daquelas”; um bidão de inspiração para continuar a fazer este blog; uma coisa que eu não digo para poder presentear a prima; um colchão novo de algas para não dar cabo da espinha; um novo tratado sobre as pescas para que não aumente a concorrência desleal (será que qualquer dia vai também haver carapaus de aquacultura? Seria o fim…)

- À Prima, aquilo que ela mais deseja e que afinal nem é muito difícil de arranjar. Desde que tenha alguns bens ao luar (hoje em dia mais garantidos que num banco…), não tenha mau hálito e sobretudo que não seja do tipo apressado, ou seja, que não acabe as coisas antes de começar, já serve muito bem para preencher a Prima.

- Às Navalheiras (em geral), carapaus que as saibam degustar.

- Ao velho Leão, uma juba nova e um cheque prenda para uma ida ao calista para tirar os calos que o impedem de correr e saltar melhor.

- À Águia doente crónica, uma plumagem nova, umas garras novas, um bico novo, uns olhos novos…o melhor mesmo seria uma Águia Nova e um enterro decente a esta que agora já mal sabe voar…

- Ao Dragão, o costume, que é aquilo que ele mais gosta, a saber: um cesto cheio de apitos dourados, prateados, às riscas (qualquer cor serve desde que apitem ao jeito); um leão sem juba e com calos; uma águia doente sem já saber voar.

- À Sardita do Norte, tudo aquilo que ela escrever na sua lista dos desejos e um avaliador loiro, de olhos azuis e que a avalie como ela merece. (Pela minha parte “Excelente Mais”).

- À Tainha do Douro, um conjunto de barbatanas novas para poder nadar (e ensinar a nadar) os peixitos que por lá andam agora. (E se alguém souber de algum Peixão à altura, pode comunicar para o Carapau que fará chegar a informação ao destino).

- Ao rei das tretas, um cesto cheio delas para que nunca lhe faltem.

- Aos eventuais leitores deste blog, uma vista apurada para o puderem ler, paciência para o poderem aguentar, boa disposição para puderem sorrir aqui e ali e muita persistência para o poderem continuar a ler. Para além disto, muitas prendas nos sapatinhos, sapatos, botas, botifarras, chinelos, socas, tamancos e sandálias conforme a forma, o tamanho, o salto e os calos.

- Para as minhas vizinhas, um vizinho cada vez em melhor forma ou, se não for possível, pelo menos um igual ao do ano anterior…

- Para os depositantes dos bancos, um bom banco…de jardim. Sempre é mais acolhedor e seguro. E muita fé para não desesperarem. Afinal o mau passo foi deles ao entrarem pela primeira vez num banco. Já lá dizia o Dante à entrada do seu inferno: “Oh vós que entrais, deixai lá fora toda a esperança”. A falta de cultura dá nisto. Não se lêem os clássicos e depois o resultado vê-se…

- Para as administrações dos bancos, nada de especial, porque já tiveram muitas “prendinhas” ao longo dos tempos.

- Para os outros assaltantes em geral, melhor sorte nas escolhas, porque nem tudo o que luz é ouro, e muitas vezes vão ao engano, correndo riscos para tão fraca recolha. Lancem os olhos para outros objectivos, que isto aqui é “chão que já deu uvas”, ou, para não fugir ao mote, é tudo “muita parra e pouca uva”. Sobretudo é tudo uma grande parra…

- Para os políticos, um povo bom (bo), disponível e simpático, para lhe poderem continuar a fazer uma coisa que seria feio eu aqui dizer nesta época de festas e portanto ficamos assim entendidos, que para bons entendedores meia palavra basta.

- Para o bom (bo) povo, muito mais do mesmo e cada vez pior para que a pele do dito fique cada vez mais esticada e o som mais afinado.

- Finalmente, para os pescadores por arrasto, muitas pedras, rochedos, restos de navios afundados e mil escolhos que vos despedacem as redes de arrasto e nos deixem em paz entregues à nossa vidinha de peixes que gostamos de dar à barbatana, cada qual de sua maneira, como é timbre da nossa diversidade.

 

Para todos, Boas Festas!

 

 

publicado por Carapaucarapau às 11:05
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Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2008

Um conto de Natal

 

 

Um presépio original

 

Passavam das 22 horas do dia 24 de Dezembro, quando o telefone tocou naquele quartel de bombeiros, onde só se encontravam quatro pessoas, que constituíam o piquete de urgência.

Era requisitada uma ambulância para o transporte de uma parturiente, de uma aldeia próxima para o hospital distrital.

A ambulância saiu com João Flores como condutor e Manuel Lopes como socorrista.

Tinham um pouco menos de uma hora de caminho para cada lado. Já não chegariam antes da meia-noite ao quartel, para a consoada, mesmo se tudo corresse bem.

O que parecia não ser o caso. Se os primeiros quilómetros tinham sido fáceis, agora ao entrar na zona da serra, tudo se estava a complicar. Apareceu a chuva que se veio juntar ao frio intenso e João refreou a marcha, não fosse haver algum despiste. Era uma corrida contra o tempo, o tempo que o relógio media, mas o outro tempo – o metereológico – não estava a colaborar. Mais à frente caíram uns fiapos de neve.

- Mau! A coisa está a ficar feia, Manel.

- Isto passa. Costuma ser só neste pedaço de estrada que às vezes neva um pouco.

De facto pouco depois deixou de nevar e só a chuva continuava a cair, serenamente.

Algum tempo depois chegaram à aldeia e embarcaram a parturiente. Era um primeiro filho, o que punha toda a gente em alvoroço. Deitaram-na na maca, fixaram a maca na ambulância e partiram sem perder tempo. Seguia também o pai da criança. Arrancou a ambulância, e passado pouco tempo, a parturiente entrou em convulsões. Manuel atrapalhado tentava acalmá-la dizendo-lhe para respirar fundo. Estavam sensivelmente a meio do caminho quando entrou em trabalho de parto.

-João! Pára e anda aqui. A criança está para nascer. Telefona para o hospital a pedir assistência.

Pelo telefone um médico ia sendo informado e ia dando indicações. Não era só para a mulher que ia ser o primeiro parto. Nenhum dos presentes tinha experiência em tais trabalhos, nem mesmo o socorrista que se tinha limitado a ter alguma formação. A mulher gritava, o homem não sabia o que fazer e Manuel tentava acalmá-la e a transmitir-lhe as indicações recebidas pelo telefone.

Já tinha saído do hospital um carro com um médico e uma parteira, dentro de meia hora estariam a chegar.

Mas estava escrito que não chegariam. Daí a pouco foram informados disso mesmo. Um nevão não permitia que o carro avançasse. João meteu o nariz de fora e ficou espantado com o que viu. Um manto branco cobrira tudo em alguns minutos, sem se terem dado conta, tão absorvidos estavam com o problema que tinham entre mãos. Agora nem podiam avançar nem recuar. Sem auxílio do exterior tinham de resolver o problema ali mesmo.

Do hospital informavam que, a continuar a nevar assim, só era possível o auxílio na manhã seguinte, por helicóptero.

A tensão era tanta que ninguém sentia frio, nem se apercebiam da baixa temperatura que teriam de enfrentar toda a noite.

Alguém tinha de fazer alguma coisa, mas nem saberiam quem nem como.

Mas esse “alguém” acabou por aparecer. Era um milagre certamente. Primeiro a cabeça, depois lentamente o resto do corpo, certamente incitado pelos gritos roucos da mulher, e de repente ele aí estava inteiro e pronto a substituir a mãe nos berros. O primeiro choro, o cordão umbilical, uma primeira limpeza com que havia disponível na ambulância, as últimas indicações do médico, o cuidado a ter com o frio e agora era esperar até de manhã.

Já mais calmos e agora sorridentes enquanto o cachopo se agarrava à teta materna, o João disse que não ia haver problema, havia muito combustível no depósito, que iria dar para deixar o motor a trabalhar para terem aquecimento durante toda a noite.

- É meia-noite. – Disse o João a olhar para o relógio. É o nosso Menino Jesus!

- É verdade. Temos o Menino, o Pai e a Mãe. Se tu, João fizeres de burro eu faço de vaca e temos aqui armado um presépio bem original.

E só o Menino não riu porque mamava. De resto foram quatro gargalhadas, que só a neve a cair, não deixou que fossem muito longe.

 

publicado por Carapaucarapau às 17:49
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Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2008

Consultório (5)

 

 

Pergunta: - (de Micas, 38, do Marl, Lisboa): Eu venho aqui expor-te o meu problema, que é o seguinte: o meu Toni, de há uns tempos a esta parte, não parece o mesmo. Dantes eram só abraços e beijos e agora mal me fala e tem sempre muito que fazer à noite. Diz-me que os tempos estão difíceis, que é preciso aproveitar tudo e que portanto vai fazer uns biscates. No entanto estou convencida, que os biscates dele, não são feitos na oficina, mas sim… estás a entender onde quero chegar não estás? Eu fiz umas averiguações sumárias (cheiros, cabelos, essas coisas…) e é mesmo o que eu penso. E se bem me palpita é com a Zezinha Berbigo que também vende peixe aqui no mercado.

Eu sei que tu, Carapau, tens olho de goraz para estas coisas e só de olhares para um peixito qualquer sabes mais sobre ele do que eu, e olha que já levo uns anos a mexer em peixe e a conhecê-los de ginjeira. Olho-lhes para os olhos a ver se estão brilhantes ou baços, cheiro-lhes a guelra, apalpo-os, e sei logo se são frescos, ou se já andaram fora e dentro. Depois conforme o estado do pescado, lá impinjo um aqui e outro ali, para não perder a freguesia nem perder o “meu”.

Ora bem! Então que devo fazer para o Toni largar essa Berbigo estragada já com cheiro a fénico?

Ou vou-me a ela e dou-lhe cabo do canastro, que é como quem diz da concha? Sabes que eu até tenho medo de mim se lhe ponho as mãos em cima.

Fico à espera que me orientes neste caso. Manda-me o Toni de volta e só para mim, e já sabes que podes contar com esta amiga para o que der e vier (em boa verdade será mais para o que vieres a comprar, que, nisso o meu Toni tem razão, a vida está muito difícil…).

 

Resposta: - Tens tu muita razão amiga Micas: a vida está difícil e não admira que o Toni tenha de fazer horas extra…

O teu caso é também o de mais 187 mulheres que se me dirigiram com problemas semelhantes e assim esta resposta serve para todas.

Como deves calcular eu não sei tudo sobre todos os assuntos e por isso tenho os meus assessores para me darem os seus pareceres. Por exemplo não sei nada de Tonis, ainda que sobre Berbigos pudesse dizer qualquer coisa. Por isso resolvi entregar o caso para um dos nossos “expert” na matéria, que neste caso foi o próprio S. Cipriano, que como sabes é danado para resolver estes casos e tantos outros. Lê só o relatório que ele me mandou e que vou transcrever na íntegra para não se perder pitada (e como vais ver, a pitada é aqui muito importante).

Transcrevo:

“Para o marido ser fiel à sua mulher ou à amante, e tomar raiva às outras mulheres que o tragam desvairado, basta pegar na palmilha do pé esquerdo dele, queimá-la em lume forte com incenso, arruda e glandes de carvalho sem casca, deitar a cinza de tudo isto num saquinho e metê-lo no colchão da cama. Se puder ser, produz grande efeito introduzindo uma porção da mesma cinza em qualquer costura do fato do indivíduo, contanto que seja do joelho para cima… A mulher obterá um resultado maravilhoso deitando-lhe todas as sextas-feiras uma pitadinha deste feitiço sobre a espinha dorsal. Desta forma tem--no preso para toda a vida” (S. Cipriano dixit).

Da minha parte só vou fazer mais umas considerações. Como és especialista em peixes e portanto em espinhas, não vais ter dificuldade em saber qual é a espinha dorsal do teu Toni…

Depois espero que ele use sapatos com palmilha. Se não usar, tens de convencê-lo a usar palmilhas dizendo-lhe que leste numa revista que é muito bom para não castigar os pés... e para outras coisas que tu sejas capaz de inventar e que convencerão logo o Toni.  Baste que as use uma semana para que o feitiço resulte.

Como vês é fácil e é de uma eficácia a toda a prova. Aliás, nos termos da lei em vigor, o S. Cipriano garante o “produto” que neste caso é a receita. E é barato. Em separado segue a nota da consulta do santo. Como sabes eu não levo nada por este serviço.

Quero no entanto avisar-te de um pormenor. Se o teu Toni também consultar o S. Cipriano ou então a própria Zezinha Berbigo, tu compreenderás que o santo tem porta aberta e vive destas coisas. E certamente não vai mandar embora a freguesia sem a respectiva receita. E nesse caso de receita contra receita, em geral é quem mais paga que leva a melhor. A vida está difícil Micas, não te esqueças…

Manda o vale para o santo, sê generosa o quanto puderes e aproveita para juntar umas quantas navalheiras para este teu amigo desinteressado, que tanto tem feito por ti e pelas tuas colegas de ofício (sem esquecer a Zezinha Berbigo, que aliás não conheço, mas…).

Agora que reli a receita reparo numa coisa que te pode fazer confusão. Aquela parte da glande do carvalho. Repara que se trata do carvalho árvore (e não desse Carvalho que vende marisco aí no mercado) e que a glande é também conhecida  por bolota. Não fosses tu fazer confusão…

 

Nota:

 Para os frequentadores mais assíduos do Carapaucarapau convém dar uma explicação. Já apareceram duas Micas nestes consultórios e ambas no ramo da peixaria. Nada de confusões: são mesmo duas, uma do norte, outra do sul. Marias há muitas e Micas também. Não fossem pensar que o Carapau não prestava atenção a estes pormenores. Presto, e as Micas em questão até tem uns pormenores bem interessantes.

 

 

 

publicado por Carapaucarapau às 21:48
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