Li há dias uma “notícia”, daquelas que não acrescentam nada de novo nem de velho, sobre casamentos, onde se dizia que “há cada vez mais noivos preocupados como ambiente, na altura de dar o nó”.
Depois diziam que estes noivos preferem ingredientes biológicos no copo de água, decoração reciclável e que separam o lixo. Tudo para poupar o planeta nesse dia de festa. São os noivos com preocupações ecológicas. A notícia/artigo desenvolvia-se por esse caminho, com a conversa do costume.
Havia também as empresas de catering a vender o peixe, dizendo que só fornecem produtos biológicos para esses casamentos e mais blá blá blá.
Sou dos que acham que temos de ter cuidado com o planeta Terra, para ver se a vida não se torna de tal maneira complicada, que já nem apeteça viver.
Mas também sou igualmente contra estas atitudes folclóricas e contra todos os fundamentalismos.
A Terra “nasceu” dum big bang e um dia também irá desta para melhor com um bang ainda mais big.
Não me vou preocupar agora com esse aspecto.
Encolhi os ombros ao ler o artigo, sorri com malandrice com uma ideia que atravessou o meu espírito, e comecei a imaginar alguns possíveis diálogos entre esses noivos “ambientalistas”.
Assim, chegado o momento do “finalmente sós” podia acontecer qualquer coisa parecida com:
- Essas calcinhas e o sutiã são descartáveis?
- Descartáveis? És maluquinho. Custaram um dinheirão e são reutilizáveis.
Tenho de as lavar à mão para poupar energia e detergentes que agridem o ambiente.
- Muito bem!
- Muito bem, mas não me apertes tanto que já estou com muito calor.
- Isso não. Temos de ter cuidado para não contribuirmos para o aquecimento global.
- Uma vez não são vezes…
- Pois, mas…olha lá, os teus produtos são de confiança? Sabes que só como produtos biológicos.
- Garantidos filha. Podes comer à vontade. Também estou cá com uma vontade de comer…
- Come.
- Tem um cheiro esquisito, cheira a produto reciclado…
- És o primeiro a dizer-me isso. Estás muito esquisito…
- Esquece.
…
Uns minutos mais tarde:
- Isso é reutilizável?
- Eles dizem que não.
- Mas pelo menos podiam fazer uma embalagem menos agressiva para o ambiente. Mesmo esse produto poderia…
- Dantes era feito com pele de cabra, ou coisa parecida…
- Hoje é feito a partir dum derivado do petróleo, que é uma matéria-prima que muito contribui para aumentar o buraco do ozono.
- Deixa lá esse buraco por agora e vamos concentrarmo-nos mais neste outro…
- Outro produto?
- Não, esquece.
- Esquecer eu? Já viste como eu estou?
- Estás como eu.
- Pois. Estamos a gastar muito oxigénio, a exalar muito CO2 estamos a dar cabo do planeta.
- Pronto, eu acalmo um pouco.
- Agora? Para que paraste?
- Então não estavas preocupada com o consumo excessivo de oxigénio?
- Estava, estou, mas oh my God…
- Que dizes?
- Oh my God, esquece agora isso e não pares, oh my God…
….
Passados mais uns minutos:
- Sinto-me tão culpada!
- Culpada porquê? Não foi bom?
- Foi. Por isso mesmo. Fomos tão egoístas…creio que aumentamos bastante o buraco do ozono…
- Esquece isso. Depois plantas uns arbustos e umas plantinhas no nosso jardim e já contribuis para remediar isso.
- Tens razão. Já me esquecia desse pormenor. Podemos ajudar o planeta por essa via. Fico mais descansada. Assim já podemos recomeçar…
- Por mim…
- Estes períodos de repouso são bons, ficamos assim no regime de poupança de energia.
- Acho que já poupámos bastante.
- Então temos direito a …
- Claro que temos…
…
E o diálogo poderá continuar, dependendo somente da disposição dos noivos para a “conversa”…
Neografismos
Para estar de acordo com o tema, temos um bolo dos noivos, a que chamei bolo de casamento.
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CAS
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D *~* M
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