Ao longo dos tempos muitos são os que tem recebido presentes, muitas vezes mesmo fora da época natalícia, afinal os que sabem melhor e fazem menos mal, porque em geral tem menos açúcar. Outros recebê-las-ão este Natal e outros ainda as hão-de receber um qualquer dia…
Aqui ficam os presentes de Natal oferecidos pelo Carapau, nestes tempos de crise:
- Á Ostra (a vaidosa) uma pérola nova para substituir a que o Lagostim roubou.
- Ao Carapau, um kit com várias prendas, a saber: um jogo completo de escamas, pois está a ficar escamado com certas coisas; uma dúzia de navalheiras “Daquelas”; um bidão de inspiração para continuar a fazer este blog; uma coisa que eu não digo para poder presentear a prima; um colchão novo de algas para não dar cabo da espinha; um novo tratado sobre as pescas para que não aumente a concorrência desleal (será que qualquer dia vai também haver carapaus de aquacultura? Seria o fim…)
- À Prima, aquilo que ela mais deseja e que afinal nem é muito difícil de arranjar. Desde que tenha alguns bens ao luar (hoje em dia mais garantidos que num banco…), não tenha mau hálito e sobretudo que não seja do tipo apressado, ou seja, que não acabe as coisas antes de começar, já serve muito bem para preencher a Prima.
- Às Navalheiras (em geral), carapaus que as saibam degustar.
- Ao velho Leão, uma juba nova e um cheque prenda para uma ida ao calista para tirar os calos que o impedem de correr e saltar melhor.
- À Águia doente crónica, uma plumagem nova, umas garras novas, um bico novo, uns olhos novos…o melhor mesmo seria uma Águia Nova e um enterro decente a esta que agora já mal sabe voar…
- Ao Dragão, o costume, que é aquilo que ele mais gosta, a saber: um cesto cheio de apitos dourados, prateados, às riscas (qualquer cor serve desde que apitem ao jeito); um leão sem juba e com calos; uma águia doente sem já saber voar.
- À Sardita do Norte, tudo aquilo que ela escrever na sua lista dos desejos e um avaliador loiro, de olhos azuis e que a avalie como ela merece. (Pela minha parte “Excelente Mais”).
- À Tainha do Douro, um conjunto de barbatanas novas para poder nadar (e ensinar a nadar) os peixitos que por lá andam agora. (E se alguém souber de algum Peixão à altura, pode comunicar para o Carapau que fará chegar a informação ao destino).
- Ao rei das tretas, um cesto cheio delas para que nunca lhe faltem.
- Aos eventuais leitores deste blog, uma vista apurada para o puderem ler, paciência para o poderem aguentar, boa disposição para puderem sorrir aqui e ali e muita persistência para o poderem continuar a ler. Para além disto, muitas prendas nos sapatinhos, sapatos, botas, botifarras, chinelos, socas, tamancos e sandálias conforme a forma, o tamanho, o salto e os calos.
- Para as minhas vizinhas, um vizinho cada vez em melhor forma ou, se não for possível, pelo menos um igual ao do ano anterior…
- Para os depositantes dos bancos, um bom banco…de jardim. Sempre é mais acolhedor e seguro. E muita fé para não desesperarem. Afinal o mau passo foi deles ao entrarem pela primeira vez num banco. Já lá dizia o Dante à entrada do seu inferno: “Oh vós que entrais, deixai lá fora toda a esperança”. A falta de cultura dá nisto. Não se lêem os clássicos e depois o resultado vê-se…
- Para as administrações dos bancos, nada de especial, porque já tiveram muitas “prendinhas” ao longo dos tempos.
- Para os outros assaltantes em geral, melhor sorte nas escolhas, porque nem tudo o que luz é ouro, e muitas vezes vão ao engano, correndo riscos para tão fraca recolha. Lancem os olhos para outros objectivos, que isto aqui é “chão que já deu uvas”, ou, para não fugir ao mote, é tudo “muita parra e pouca uva”. Sobretudo é tudo uma grande parra…
- Para os políticos, um povo bom (bo), disponível e simpático, para lhe poderem continuar a fazer uma coisa que seria feio eu aqui dizer nesta época de festas e portanto ficamos assim entendidos, que para bons entendedores meia palavra basta.
- Para o bom (bo) povo, muito mais do mesmo e cada vez pior para que a pele do dito fique cada vez mais esticada e o som mais afinado.
- Finalmente, para os pescadores por arrasto, muitas pedras, rochedos, restos de navios afundados e mil escolhos que vos despedacem as redes de arrasto e nos deixem em paz entregues à nossa vidinha de peixes que gostamos de dar à barbatana, cada qual de sua maneira, como é timbre da nossa diversidade.
Para todos, Boas Festas!