Há algumas coisas que nunca soube explicar as razões por que não simpatizo com elas. Posso citar três, assim de repente.
Cortar o cabelo (isto é, ir ao babeiro/cabeleireiro), meter combustível no carro e usar barba (seja “à intelectual” de 3 dias, seja à “antiga” dita “respeitável”). Uma ressalva quanto à barba: uma barba ou barbicha, curta, diariamente tratada, tipo “mefistofélica”, respeito-a, pelo trabalho diário que deve dar.
Parar para meter combustível no carro é outro problema, que não sei explicar. Daí que quando tem de ser, encho o depósito até ao “gargomilo”, para retardar a próxima ida.
O cabelo é outro problema. Ou está curto ou comprido. Quanto está no ponto, quer dizer que está a ficar comprido, a requerer uma visita ao “baeta”. Por isso costumo prolongar esta fase para além do que eu gostaria, mas o problema é sentar-me na cadeira dele. Mesmo que o “ele” até seja uma “ela” mais ou menos simpática, como já tem acontecido. Ultimamente arranjei um que me despacha em 3 tempos e não fala comigo. Não sei se por destreza do artista se por manifesta falta de pelo do cliente.
Durante a escola primária usei corte à máquina 1 com uma marrafa à frente, tipo pala de boné. Era o corte “oficial”. Mais tarde, já rapazinho, passei a usar risca ao lado e abundante “fixador” (quase goma arábica) para o amarrar ao sítio e andar sempre “penteadinho”. Mais tarde cabelo penteado para trás. Depois voltou o “risco ao lado” que se manteve até hoje, mas ao estilo “meia bola e força”, se bem que a bola tenha cada vez menos força.
A que vem esta treta toda?
Está na cara! Amanhã tenho de ir mandar cortar o cujo, agora que vem aí o calor e não tenho tempo para o pentear. Aliás, há muito que “pentear”, para mim, quer dizer passar os dedos pelo “sedoso pelo”.
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.
E tu, lince amigo, usas risca ao lado ou andas todo despenteado? Soube que um amigo teu passou a fronteira e anda à tua procura, do lado de cá. Já o viste?