Aviso prévio: hoje o post parece em tom sério, mas não o é tanto como parece, ou então parece mas não o é de todo.
É uma coisa que se repete de há bastantes anos a esta parte. Lembro-me com muita frequência daquela velha história de uma Mãe que está a ver um desfile militar, onde também vai o seu filho. Todos aprumados, alinhados, igualmente fardados e marchando certinhos.
Só que o filho daquela babada Mãe vai com o passo trocado.
E Ela, vaidosa, comovida, contente, não resiste e diz para as pessoas que a rodeiam: “muito bonito, mas vão todos com o passo trocado. Só o meu filho vai certinho”.
Assim eu me sinto a maior parte das vezes. Cá vou no meu passo e a “minha Mãe” (que neste caso sou eu mesmo) segreda-me que vão todos com o passo errado. E ninguém me convence do contrário, frase que quer dizer, não há maneira de me convencer que sou eu que estou desacertado.
Como disse, vem de longe este sentimento, fruto de um feitio que fui cultivando de me perguntar sempre que ouço ou leio qualquer coisa: “e porque não há de ser o contrário o que está certo?”
Poderia pensar que isto me causaria graves problemas existenciais, mas não causa. Afinal é sempre bom “ouvir” uma voz a dizer “vais com o passo certo, os outros é que não alinham pelo teu”.
E cá vou andando, quase sempre a sorrir, para não fazer rugas…
Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico - convertido pelo Lince.